tag:blogger.com,1999:blog-58269051133863402662024-03-14T02:07:55.169-03:00Blog de Geraldo PereiraEspaço para a publicação de crônicas.Uma página especialmente dedicada à poética dos sentimentos e à prosa das lembranças. Mas também um lugar virtual para a reflexão, para a discussão de ideias e de ideais.Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.comBlogger370125tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-33352899795631006192014-12-07T17:18:00.002-03:002014-12-07T17:31:41.151-03:00A Visita ao Parque<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large; line-height: 115%;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: large;"> Eu estava no aeroporto, aguardando o embarque para São Paulo, de onde escrevo agora, observando a gente que comigo esperava o pássaro de aço, como se dizia outrora. Pois é, caríssimo leitor, tudo mudou! Há muitos anos atrás, estive nessa mesma estação de passageiros levando um primo meu, porque uma viagem de avião era um acontecimento na família. E lá fomos nós, seus parentes, primas e primos, tias e tios, desejar-lhe boa viagem. Lembro bem que ele vestia paletó e gravata, sendo admirado por isso, por sua elegância, por seu porte. Acho até que os parentes de Campina Grande vieram para o embarque! Pois é, dessa vez notei que havia passageiros de bermuda, mal vestidos, quase diria, rasgados e sujos.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span></span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;"></span></span><br /></div>
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://jornaldehojecdn.s3.amazonaws.com/media/9_338.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://jornaldehojecdn.s3.amazonaws.com/media/9_338.jpg" height="120" width="200" /></a></div>
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: large;">Mas, foi uma viagem ótima, embora às 22 horas, chegando em São Paulo ai pelas 2 horas da manhã, contando o fuso horário, que muda as horas do Recife pra cá. Por aqui, temos sido muito bem tratados (eu e minha mulher), pela filha e pelo genro, mas também pelo neto Pablo, às voltas com uma nova ida à Espanha, terra na qual viu o sol pela vez primeira. Ele está ótimo, em sua fase de menino aos 5 anos de idade, preparando-se já para novo aniversário, o que lhe deixa muito feliz e muito animado. O bom é que na escola em que estuda, o Colégio Internacional Anhembi Morumbi, já se pode concluir que é para a matemática as suas inclinações maiores. É capaz de fazer contas de cabeça, me diz o pai, meu genro, comparando o filho ao irmão, que continua por lá, na chamada Península Ibérica.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;"></span><br /></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-ujmTnvYTxtU/VIS4vlSYYvI/AAAAAAAABrQ/yfHFoYObU0U/s1600/Ibirapuera.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-ujmTnvYTxtU/VIS4vlSYYvI/AAAAAAAABrQ/yfHFoYObU0U/s1600/Ibirapuera.jpg" height="112" width="200" /></a></div>
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;"><span style="font-size: large;">A beleza dessa aprazível viagem foi a ida hoje ao Parque do Ibirapuera, cujo bosque eu pensei que conhecia, porque tinha estado há muitos anos aqui. Não conhecia! Fiquei deslumbrado com o verde que se mantém assim, malgrado os prédios do entorno e sobretudo maravilhado com o espelho d’água, no qual nadavam patinhos, gansos e cisnes da mais bela plumagem. Aquilo lá é de tal forma relaxante, que se o passante sentar naquela beira e ficar apreciando as aves e a água que se movimenta ao sabor do nado dos animais anfíbios, com toda certeza há de receber os influxos dos espíritos do bem. Uma tranquilidade! Uns andavam, caminhavam nas pistas de Cooper, outros usavam a bicicleta como meio para gastar as calorias e havia quem apenas olhasse o ambiente em volta.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;"></span><br /></div>
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; font-size: large;">
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/Avenida_Paulista3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f9/Avenida_Paulista3.jpg" height="150" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif; line-height: 115%;">Na Avenida Paulista muita gente pra lá e pra cá, passeando e andando. Um movimento saudável, especialmente porque os ares estavam na faixa do verde; isto é, a poluição recuara um pouco, deixando em paz os viventes desse mundo de meu Deus. Depois, o almoço no Restaurante Mineiro, um tutu bem dosado e mais do que abundante, alimentando gregos e troianos. Assim é bom, vale a pena almoçar fora!</span> </span></span></div>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
(*) Um texto escrito em São Paulo, a terra da garoa, na feliz hospedagem em casa de minha filha, merecendo a delicadeza de meu genro e os afetos de meu neto. O leitor que fizer essa leitura, pudendo, comente. O autor gosta disso!</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-9048472106982691482014-12-02T09:16:00.000-03:002014-12-02T09:16:03.142-03:00Perplexidade<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Confesso que vivo uma fase de uma melancolia cívica. Todo dia se tem um fato novo a acrescentar, nessa cantiga da corrupção. Nunca vi, sequer em minhas leituras, tempo de tanta malversação do dinheiro público, como este. É voz corrente que não há no mundo nada semelhante, nada parecido. A empresa que levou o povo às ruas há meio século, numa vibração continua pelo petróleo, está ruindo à custa do roubo, do assalto à luz do dia. Com isso, atingem o suado dinheiro do brasileiro e o pior, inibem as atividades que poderiam melhorar a qualidade de vida do cidadão. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Onde estão as casas do projeto Minha Casa Minha Vida? A secretária aqui de casa, domiciliada na Ilha do Maruim, em Olinda, espera por uma unidade de um programa de moradia popular há mais de 8 anos e ainda deixam de pagar o auxilio a que tem direito. E sou eu quem assume o custo do aluguel. Quando a televisão mostra o povo invadindo os imóveis que estão prontos, à falta de habitação para morar, eu acho é pouco, porque representa uma revolta social, com a injustiça de não se oferecer casas ao segmento de população abaixo dos remediados da sorte. De que serve a Constituição recomendar diferente? Não se cumpre mesmo nada! Prova disso está agora nas démarches do Executivo, para que o Congresso permita maquiar a contabilidade do Governo. Pior não pode ficar!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Descubro que vivo uma recalcitrante perplexidade, com tanto coice e tanta patada dos que estão à frente das decisões. Parece até que somos os culpados pela inflação, que forjamos a roubalheira na Petrobras e estimulamos o mensalão. Dói saber que tanta gente trabalha o ano inteiro, dependendo do transporte público, para ganhar a miséria do salário mínimo e no fim não têm direito a nada, enquanto os grandes se refestelam numa falsa realidade. Moram em palacetes e comem caviar, bebem os whiskys finos e tomam as cervejas importadas ou os vinhos da Europa. Isso sim é pecado, roubar o dinheiro da gente simples, nadar em ouro, solapando os pobres e os miseráveis. Ou pecado, ainda, é esconder os números das estatísticas nacionais, empurrando para o tapete os dados da inflação ou as informações do balanço das empresas públicas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Essas pessoas que usufruem dessa massa roubada, não lembram que caixão não tem gaveta e que depois da morte o caminho é um só, seja pobre ou seja rico. </span></div>
<br /></div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-33657892055946957372014-11-26T16:15:00.005-03:002014-11-26T17:04:34.293-03:00Calcinha verde<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<a href="http://www.google.com.br/url?url=http://vintagecool.com.br/loja/vintage/decor/tv/televis-o-vintage-vermelha.html&rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ei=Kyd2VOeVJcOrNu21gbAN&ved=0CBoQ9QEwAg&usg=AFQjCNFgX1h1WBVyKcqC0u-piP4kKzVmHg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img height="100" src="https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSXSxifuTGvXLJdco_EfmpTy12DeQw_B-K-QJiWzds4-212NDBIAeRsIRU" width="150" /></a><span style="font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: large;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Pela manhã, no horário das 10 horas, há um programa de péssima qualidade sendo exibido; programa de baixaria, da revelação do segredo de muitos e da ciência por outros desses sigilos. Às vezes eu o assisto! Vou anotando essas confidências, com a intenção mesmo de juntando-as escrever uma crônica, como faço agora. Muita gente vai ali para dizer a um amigo ou uma amiga certas intimidades que o outro ou a outra ainda não sabia. Muito frequentemente amigos se revelam e dizem horrores aos antigos confidentes. Ou os filhos decidem expor essas confissões aos pais, sobretudo às mães, deixando-as em caldos.</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;">
<a href="http://www.topmidianews.com.br/funcoes/crop.php?imagem=../noticias_/imagens/04042014095653.jpg&w=390" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Foto: Divulgação" border="0" class="imagem2 nailthumb-image" src="http://www.topmidianews.com.br/funcoes/crop.php?imagem=../noticias_/imagens/04042014095653.jpg&w=390" height="140" jquery191048628939045541747="7" style="left: 0px; position: relative; text-align: left; top: 0px; zoom: 1;" title="Filha de 10 anos bate no pai após ele agredir seus irmãos e sua mãe" width="200" /></a><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Dia desses, ouvi uma filha voltar-se para a genitora e dizer que não a sustentaria mais e que a traria para morar consigo, desde que ela lhe servisse como empregada doméstica. A pobre da mulher quase cai de susto e disse que não se disporia a tanto, mesmo que para isso precisasse morar debaixo da ponte. Coitada! É comum o noivo que vai ao auditório para acabar o vínculo que tinha com a moça, depois de ter gasto o dinheiro todo que a penitente vinha economizando. Em certa ocasião, vi um irmão que resolveu informar à irmã que ele passaria a investir os seus recursos poupados. Mas, investir numa criação de baratas, para serem usadas por laboratórios. Ora pau! Já muita gente investindo dinheiro, mas em baratas foi a primeira vez.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://www.google.com.br/url?url=http://casamento.culturamix.com/vida-a-dois/relacionamento/diferenca-entre-amante-e-esposa-que-os-homens-devem-saber&rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ei=4iV2VNSTIYH-gwT9w4HwCg&ved=0CC4Q9QEwDDgU&usg=AFQjCNH9vJUFOzPfzqerRJS_LhbIabb2uQ" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><img height="141" src="https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTNJIT5yATcOJJBupyFCIManAVzm6Qz7Di_SjZBZalO53RGu4OHJn6wQ-FU" width="200" /></span></a><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Uma jovem, há pouco largada pelo marido, ajoelhou-se no palco, dizendo que daria tudo para ser a “outra”. Tive até pena dessa suplicante, tal a forma melosa com que pedia. Mas, o outro cônjuge fez cara de mercador e não a quis mais. É isso ai! Outra vez, uma jovem esposa contou que fora visitar a melhor de suas amigas, mas como o marido era ciumento ao extremo – tinha ciúme até das roupas... -, escondeu-se no guarda-roupa quando ele chegou e quando apareceu em casa de madrugada, mentiu ao marido e contou que estava fazendo serão no escritório. Essa pobre quase vai ao desespero, com o consorte se queixando de suas mentiras. É isso mesmo! Às vezes, melhor nem dizer nada!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://www.google.com.br/url?url=http://www.primeirojornal.com.br/noticias/noticias/espaco-mulher%3Fstart%3D35&rct=j&frm=1&q=&esrc=s&sa=U&ei=7yJ2VL2KNoSrgwSBsYD4Dw&ved=0CCgQ9QEwCTgU&usg=AFQjCNFOAqPPiTli2jI0DMBnG6RNEyVmhQ" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><img height="82" src="https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSJ9fJtugAHHAZ0-fjzPdTeDW1l4tTAr8HDZS_IPcU9fseZPXvTKBJR2MgH" width="136" /></span></a><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Mas, a mais interessante mesmo foi aquela de uma vizinha que chamou a sua amiga, da casa ao lado, para notificar sobre as saídas de seu marido e os destinos dessas escapadelas. É que ele fazia visitas furtivas à moradora de frente e sabia justamente se podia ou se não podia comparecer a esse encargo quase cívico de sua vida. Guiava-se pela cor da calcinha que estivesse estendida, se verde, com toda certeza iria ao encontro dessa criatura, se vermelho, que não se arriscasse, porque o marido de casa não saíra. Mas, na eventualidade do amarelo, que esperasse a decisão do titular: ou saía e a cor era trocada para o verde ou se fosse o vermelho a ocupar a corda de estender roupa do terraço, nem pensar em subir. Essa turma tem jeito pra tudo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-qS_KKyaAIsg/TmzsJYBCJCI/AAAAAAAACdg/f1ZaoWtiIb4/s1600/Vasp+375+-+PP-SNT.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-qS_KKyaAIsg/TmzsJYBCJCI/AAAAAAAACdg/f1ZaoWtiIb4/s200/Vasp+375+-+PP-SNT.jpg" height="133" width="200" /></span></a><span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Lembrei de parente meu que marcou com uma mulher bonitona passar com ela o fim de semana. Era a sua vizinha de frente. Chegando em casa disse à esposa que ia a São Paulo na sexta-feira, a negócio. A companheira, não sei porque cargas d’água, disse que o levaria ao aeroporto, pelo que se deu o diálogo a seguir: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Não se preocupe! Deixo o carro na garagem e me resolvo. Quando retornar tomo o automóvel e volto a nosso convívio.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Não, de forma alguma!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Não adiantou e a consorte foi com ele ao pretenso embarque. Ele, não teve dúvidas, comprou ali mesmo uma passagem de avião e embarcou decidido. Durante o voo procurou o comandante da aeronave e explicou o ocorrido, pretendendo descer no caminho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Me deixe descer em Salvador!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">- Não é possível o passageiro descer antes de seu destino final, explicou o capitão. Mas, diante da importância de sua justificativa, considerando o serviço que há de prestar à causa masculina, permito-lhe a exceção. E ele desceu!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif; font-size: large;">Entrou por uma perna de pinto, saiu por uma de pato e o senhor rei mandou dizer que contasse quatro.</span><span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-867583656893904822014-11-20T07:06:00.003-03:002014-11-20T07:33:46.279-03:00Vicente Ignácio Pereira - O bisavô, o neto e o bisneto<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Vicente Ignácio Pereira, o bisavô do autor deste ensaio, foi médico na cidade do Ceará-Mirim, Estado do Rio Grande do Norte, casado com uma filha de Manoel Varela do Nascimento, o Barão do Ceará-Mirim, Isabel Augusta Varela Pereira. Com o matrimônio recebeu, certamente como antecipação da herança, o Sitio Bonito, que depois se transformou no engenho Guaporé, onde ele viveu e morreu. Foi ele quem construiu a Casa Grande, até hoje de pé, da qual não se tem informações adicionais, senão os comentários de ser um imóvel afidalgado, com estilo afrancesado. Ali exerceu a arte de curar até a morte de uma filha, entre os 13 e os 14 anos de idade, quando jurou, à saída do féretro, não exercer mais a medicina. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A moça, de nome Maria Cristina Varella Pereira, faleceu, conforme consta de notícia na imprensa, no jornal Correio de Natal, em 16 de novembro de 1878, vítima de uma hemorragia nasal. A moça, por hipótese, adoeceu de uma doença sistêmica, capaz de justificar o óbito e o sangramento. Por certo que foi acometida por um linfoma ou por uma leucemia. Conta Nilo Pereira, em seu livro A Rosa Verde, que o facultativo aceitou fugir a seu juramento, quando uma escrava engravidou e obteve do senhor a promessa de que faria o seu parto. Não diz, no entanto, se a criança nasceu pelas mãos dele ou se a mãe foi partejada por outro, opção que o autor aventa!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ele integrou aquele grupo que Nilo Pereira enalteceu, tornando-os personagens literários, em crônicas diárias ou mesmo em livros que publicou. Só assim, como está em Helicarla Nyele, foram projetados nos ambientes sociais em que viveram e se perpetuaram, permitindo àquele autor o resgate também de cenários pretéritos, de uma aristocracia própria daquele lugar, no qual o açúcar viveu um apogeu digno da gênese literária. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O bisneto não vai conseguir fazer como fez o neto, Nilo Pereira, mas há de inserir o médico ilustre na memória das doenças do Nordeste do Brasil. A publicação só foi reencontrada recentemente, depois do falecimento da mãe do autor deste ensaio, Lila Marques Pereira e enviada pela irmã, Maria de Fátima Marques Pereira, que sabia do interesse que tinha o irmão médico nesses estudos de preservação da história parental. Esse é um material que veio do Ceará-Mirim, com a mudança para o Recife de Beatriz Pereira e Deolinda do Nascimento Barroca, netas do Barão do Ceará-Mirim e respectivamente avó e tia em segundo grau de quem escreve essas linhas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">O Dr. Vicente, por certo nunca imaginou que um bisneto seu, médico como ele, neto de seu filho Fausto Varela Pereira e filho de seu neto, Nilo de Oliveira Pereira, a quem ele próprio não conheceu, fizesse um resgate de seu nome tantos anos depois de sua morte. Pois é, a 126 anos de seu falecimento, na cidade do Ceará-Mirim, no Rio Grande do Norte, comenta-se aqui não apenas as informações sobre a pessoa e o médico Vicente Ignácio Pereira, mas uma monografia assinada por ele e publicada em 1887, impressa na “Typografia dos Dois Mundos”, sob o título de “Considerações Práticas sobre o Cholera-Morbus – sua profilaxia e seu tratamento.”. Opúsculo, como está no texto, voltado para a sociedade em geral e menos para a classe médica, que o autor, reconhecia competente e experiente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">A família Pereira, especialmente o ramo do Rio Grande do Norte, começa com o português Joaquim Inácio Pereira, que migrou de sua pátria para o Ceará-Mirim, em 1795, morrendo por lá a 22 de fevereiro de 1868. Vicente foi o quarto filho de Joaquim e de sua esposa Dona Antonia Maria de Jesus. O livro de Alcides Francisco Vilar de Queiroz, intitulado “Villar & Cia – Apontamentos de História Familiar”, esclarece que a família Pereira é uma das mais importantes de Portugal e vem de D. Mendo, irmão do último rei dos Longobardos, de nome Desidério, que veio da Itália para conquistar a Galícia. Dentre os descendentes, está Nuno Álvares Pereira, beatificado em 1918. </span><br />
<span style="font-size: large;"></span><br />
Um texto que é parte de um ensaio que venho escrevendo sobre o meu bisavô, médico na cidade do Ceará-Mirim, onde exerceu a arte, enquanto a filha Maria Cristina viveu. Depois, jurou nunca mais atender ninguém, tal a frustração que sentiu quando não pôde salvar a filha. A moça talvez tenha morrido de uma leucemia. <a href="http://blogdegeraldopereira.blogspot.com.br/" rel="nofollow" target="_blank"></a></div>
<br /></div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-71845864991229027722014-11-12T07:50:00.000-03:002014-11-14T14:24:57.907-03:00Médicos e Literatura<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="font-size: large;">Se o sofrimento inspira o verso ou faz
transbordar o coração numa crônica, é claro que outros sentimentos também são
inspiradores. A alegria, a satisfação de espírito, a plenitude d’alma permitem
a criação literária também. Quando se trata de sofrimento, há quem acredite que
o profissional da ciência de Hipócrates é um insensível, isto é quando cessa o
trabalho ao lado do leito do seu cliente, passa também a angústia ou a
ansiedade que a dor alheia produz. Não é bem assim! Quando a AIDS apareceu,
abrimos alguns leitos no Hospital das Clínicas; eram doentes que serviriam ao
ensino, mas também teriam que ser assistidos. Todos morriam, então! Os
profissionais de saúde entraram em parafuso, não conseguiam salvar ninguém.
Angustiaram-se e entraram em grande ansiedade. Foi necessário chamar um
psiquiatra que os visse em grupo. </span></span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Mas, muito
mais interessante que isso, é a experiência descrita no opúsculo “O Sofrimento
do Médico: Ontem e Hoje”, publicado pela Academia Pernambucana de Medicina, escrito
por Gilda Kelner e Clézio Sá Leitão, no qual há depoimentos verdadeiros do
último autor, em torno de seu sofrimento diante da doença alheia. Vejamos:
“Para completar o fim de semana, um paciente, Fernando, me foi encaminhado pela
Dra. Érica, competente e dedicada hematologista...Faleceu no sábado e fiquei
muito mal.”. E mais adiante: “Neste mesmo domingo, me ligaram da UTI, eu estava
no sítio, pintando um barco, não pude voltar, não tinha forças, precisava de
energia. Falei com o colega de plantão, que sedou, entubou, depois disso não se
faria mais nada...”. Os depoimentos são apenas para demonstrar que há um
sofrimento do médico, um padecer ao lado de seu doente; um sofrimento que
inspira, tantas vezes, o exercício da escrita.</span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O esculápio, por força de seu mister, tem
sempre o que contar, tem sempre uma história a mais para acrescentar numa roda
de fiar conversa. Eu, por exemplo, tenho centenas de histórias que poderiam ser
narradas sob a forma de contos, sem ferir a ética, porque não há necessidade de
se revelar o nome dos protagonistas e nem tampouco as circunstâncias em que
aconteceram. À senhora, que desenganada com seu casamento foi recomendada a se
vestir de forma sensual, mas o resultado da orientação redundou numa grande
surra que lhe aplicou o marido. Ou aquela outra que tendo se apaixonado por
mim, me presenteou com um bolo e um queijo do reino de boa marca. A minha
mulher considerou que o bolo poderia estar envenenado, mas a latinha do queijo
foi de logo aberta. E assim por diante!</span></span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">O grande
Tchékhov, médico que fora, inicialmente profissional de uma área rural – médico
rural – em alguns de seus contos dá a nítida impressão de que viveu aqueles
fatos. Se não os viveu propriamente, talvez tenha visto em outras famílias ou
talvez tenha sabido. Em certo congresso de médicos escritores ouvi o comentário
de um psicanalista, de cujo nome não lembro mais, que dizia não se inventar a
narrativa por inteiro, mas lembrar fatos que se vivenciou, que soube por ouvir
falar ou que tomou conhecimento de outra forma qualquer.</span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Pois é o
escritor em “Inimigos”, conta que um médico da área rural, Dr. Kirílov, perdeu um
filho com seis anos de idade, vitima da difteria, o crupe, que a tantos
roubou o existir terreno. Quando a criança ainda está em seu leito de morte, toca
a campanhinha e surge o Sr. Abóguin, completamente desesperado com a mulher
doente. A esposa desmaiara na sala de casa e como estava com visita cuidou
juntamente com o forasteiro, o Sr. Paptchinski, e com ele deixou a mulher,
enquanto trazia o médico. O profissional tinha perdido o filho e disso dá conta
ao visitante, mas a insistência foi tão grande e os apelos tão fortes, que
mesmo assim ele se dispõe a atender a senhora doente. Seguem na carruagem rumo
à casa da infausta mulher. A surpresa, quando lá chegaram, foi muito grande,
porque tudo não passou de uma simulação, para que ela fugisse com o amante, o
Sr. Paptchinski.</span></div>
<span style="font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="font-size: large;">Em outro
conto, intitulado de “Angústia”, o autor conta a história de um cocheiro que
também perdeu um filho e sofre com aquilo enquanto trabalha. Precisa desabafar
com alguém e puxa o assunto várias vezes com diferentes interlocutores. Ninguém
dá ouvidos, porque a desgraça do outro quase não interessa. Disse Nilo Pereira,
em “Reflexões sobre um fim de século”, a tragédia humana é como um filme,
terminado o enredo, passou também o sentimento. E o pobre do cocheiro termina
contando seu padecer à sua égua. “A eguazinha mastiga, escuta e esquenta com
seu bafo as mãos do dono...”.</span> </span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-85679025614823131262014-11-04T08:42:00.001-03:002014-11-04T09:21:47.484-03:00Cobras nas ruas do Nordeste<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">No
Recife está tudo mudado, chove <a href="http://spa.fotolog.com/photo/42/0/9/tc2/13429586490101_f.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://spa.fotolog.com/photo/42/0/9/tc2/13429586490101_f.jpg" height="110" width="200" /></a>agora todos os dias e o aguaceiro tem hora pra
chegar; chove pela manhã logo cedo e chove à noite, no momento do sono se
apresentar. Se apresentar para os outros, porque pra mim, se houver
apresentação, pode esperar a madrugada que eu desperto. É a insônia do despertar
precoce, cujo incômodo impede, muitas vezes, do dia correr bonito, sem cochilo
e sem madorna. Se assim não for, com toda certeza perco a manhã e perco a
tarde. Não dá pra escrever e leitura nem pensar. Isso é ruim, tanto porque
tenho muito o que rabiscar na virtualidade das coisas e tenho muito o que ler,
com as obrigações que assumi. Valei-me Senhor! Dia desses até, briguei comigo
mesmo e me mandei à sesta à força, sob o argumento de que sou um homem
aposentado.</span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://revistagloborural.globo.com/Revista/GloboRural/foto/0,,61595640,00.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://revistagloborural.globo.com/Revista/GloboRural/foto/0,,61595640,00.jpg" height="138" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">Antigamente,
quando chovia fora de hora, como vem acontecendo ultimamente, minha mãe
alertava: “É a chuva do caju!”. Isto é, a precipitação pluviométrica que vinha
para facilitar a floração do cajueiro e daí por diante a gênese da castanha e
da polpa. Mas, era coisa rara, uma aguada aqui e outra ali. O sol presidia o
espetáculo dos dias e a praia era convidativa. Toró mesmo era a partir de maio.
Em junho e em julho. Nesses meses é que aconteciam as cheias e eu fui um
militante desses períodos, com assento na defesa civil de Pernambuco, que tinha
o nome próprio de CODECIPE. Nem sei mais como se chama </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://api.ning.com/files/Pj4K7-vu1gae5lwUfMsGxH3wd-Tt5ibzqNvuLofmA2fEVMQdopYLETl6qrLID3SZRZaA2*h0kHrPgiZHKiS8fxw4n3qP-U-L/EnchentenoRecifedcadade70.jpg?width=737&height=495" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://api.ning.com/files/Pj4K7-vu1gae5lwUfMsGxH3wd-Tt5ibzqNvuLofmA2fEVMQdopYLETl6qrLID3SZRZaA2*h0kHrPgiZHKiS8fxw4n3qP-U-L/EnchentenoRecifedcadade70.jpg?width=737&height=495" height="133" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">Aí,
na cheia de 1975, me mandaram passar a noite no Palácio do Governo. Fiquei lá
fiando conversa a madrugada inteira, até que um engenheiro veio falar comigo: “Ei,
você ai que fala muito. Você pode me ajudar nesse caso? É que há dois soldados
guardando o leite, um deles não dispensa uma lata quando passa pelo depósito.
O que faço?”. E eu, do alto de minha prosopopeia, disse: “Coloque um tomando
conta do outro, enquanto um segue para a direita o outro volta pela a
esquerda.”. E assim foi! Não desapareceu mais nada! Foi um santo remédio.
Quando o dia estava pra amanhecer, um camarada chegou e me comunicou: “Você vai
pra Limoeiro de helicóptero. Ordem do Governador.”. Pois diga a ele que eu não
vou de jeito nenhum, porque não confio nessas gerigonças velhas que há por ai. E
não fui! </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.truenet.com.br/gmea/Pernam1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.truenet.com.br/gmea/Pernam1.jpg" height="131" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">Mas,
há uma revista médica do século XIX, na qual há um estudo das temperaturas e
das precipitações no Recife, sem falar na umidade e em outros dados
interessantes. Escrevi sobre isso, citando inclusive que em 1943, o ano do
estudo, em nenhum dos dias do ano a temperatura passou do 30°C e habitualmente
o calor da cidade tem apontado números semelhantes a esse ou quase isso. Agora
não, porque o tempo é da Primavera e as ocorrências do Inverno. </span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img.r7.com/images/2014/03/12/7apls1vb5v_6rnaen8b3k_file.jpg?dimensions=460x305" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://img.r7.com/images/2014/03/12/7apls1vb5v_6rnaen8b3k_file.jpg?dimensions=460x305" height="132" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;">Pior
tem sido em SP, onde está morando uma filha, um genro e um neto: não há água
nem pra se lavar! Estou atento por aqui a essas injunções da natureza na terra
da garoa, mesmo sabendo das rusgas com o Nordeste do Brasil. Mas isso é coisa
antiga, vem desde o tempo das grandes valsas e eu, morando por lá nos anos
setenta, lembro quando indagavam: "Pelas ruas do Nordeste anda cobra?" E a
resposta: "Anda, claro, mas só morde paulista.". É isso ai! Um médico anestesista do Rio Grande do Sul, convidado a vir ao Recife, para fazer uma conferência, disse: "Não vou a essa terra de merda!". Não venha! Melhor assim!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 150%;"><span style="font-size: large;"> <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span><span style="font-size: small;">(*) Um texto bem humorado escrito sobre chuvas e cheias, mudanças edáficas e outras mudanças, como essas de agora, as do aquecimento global. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-5436988991112407582014-10-31T08:10:00.001-03:002014-10-31T11:16:43.142-03:00Os meus 70 anos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 115%;"><span style="font-size: large;">Esse negócio de fazer 70 anos é uma coisa meio
diferente. Primeiro, porque o baque físico é notório e o penitente vai se
sustentando a duras penas, pra não cair de vez. Eu mesmo faço Pilates duas
vezes por semana e tome alongamento pra lá e pra cá. Faço aqui perto, no
chamado ETC, uma espécie de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">shopping</i>
de bairro, mas um conjunto de lojas e de escritórios bem arrumado e bem
disposto. Chego cedo, ai pelas 8 horas ou quase isso e tenho acesso à vaga de velho.
Além da cara e da coragem, um documento grande com a palavra IDOSO me assegura
o direito. Vejam só! Claro que ando de esteira elétrica todos os dias, chova ou
faça sol e vez ou outra vou ao parque da Jaqueira, onde circulo com
desenvoltura, ainda.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 115%;"><span style="font-size: large;">Só esqueci – aos 70 se esquece de tudo ou de quase
tudo – de ir ao banco dizer que estou vivo, um compromisso que garante a
aposentadoria a cada mês. Pelo geral, tenho comparecido aqui em Casa Amarela e
quando o caixa me chama, com direito a ficha de idoso, comunico que vim dizer
que estou vivo e bulindo. E assim vou recebendo o trocado a cada fim de mês ou
começo do mesmo período. Mas, tem essa vantagem, a de não ter mais pudor com a
idade, pois que antes, quando começaram a me convocar para essas prioridades do
tempo, eu ficava meio brabo, negando os cabelos brancos. O meu bisavô e o meu
avô paternos morreram aos 55 anos, pelo que já passei há muito dessa maldição.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 115%;"><span style="font-size: large;">A verdade é que a última crônica, a da idade,
mereceu muitos comentários, alguns (poucos) no espaço mesmo do Blog e a maioria
em mensagens de e-mails, como cabe ser com a modernidade das coisas. Uma irmã
que sempre comenta as minhas crônicas, Maria Eliana, disse:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 51.05pt 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">Geraldo: Aí está por você bem explanado. A gente ia vivendo sem pensar
que as idades avançavam....E o tempo corria e corre para todos. Você sempre foi
vitorioso, até na cirurgia em tempo de tantos e quantos avanços da Medicina. Eu
estou em minha SOBREVIDA. Nunca havia pensado nesta sinistra palavra, já
comemorando 4 anos no próximo dia 22 de novembro. Vamos que vamos.......quem
sabe a Medicina avance mais ainda e o tempo de vida se prolongue. Escreveu
muito bem. Abafei pensamentos e enfrentei a realidade... Bjss</span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p><span style="font-size: large;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 51.05pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É isso
ai! Não sei se desejo prolongar o meu tempo neste mundo de Deus. Depende de meu
estado, físico e psicológico, daqui a 10 anos. Será? Ninguém pode dizer se vai
viver mais esses anos todos! Ainda tenho muito a fazer, essa é que é a grande
verdade. Cada vez mais aparecem informações para que eu escreva e publique. Bom
que tenho onde divulgar os meus artigos. Agora mesmo escrevo um ensaio sobre o
meu bisavô, Vicente Ignácio Pereira, que foi médico no Rio Grande do Norte e
escreveu um trabalho sobre Cólera. Pois esse ensaio terminou chegando em minhas
mãos. Foi minha mãe quem guardou! E eu escrevo sobre isso!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 51.05pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O meu
colega de Universidade e vizinho de praia, onde fiávamos conversa e ríamos às
bandeiras despregadas, figura que também comenta com frequência as minhas
crônicas e que mudou agora a forma de se identificar, comentou:</span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p><span style="font-size: large;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 51.05pt 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="font-size: large;">Bem disse Manoel Bandeira, em seu Evocações do Recife, ao referir-se à
casa de seu avô: "...tudo ali parecia impregnado de eternidade". Mas,
apenas, parecia. Para a criança, o tempo é o momento vivido. Somente ao nos
aproximarmos do destino inexorável dos vivos, percebemos que ele caminha junto
conosco. Mas esqueça isso. Continue vivendo sua vida vitoriosa. Ela tem sido
profícua. Sou seu colega da equipe 70. Meu fraterno abraço. Silvio A. Costa
(nova forma de me identificar)</span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p><span style="font-size: large;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 51.05pt 0pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;">Eu também tinha grande ligação com o meu avô, mas não
tinha essa veia de Bandeira, para cantar em verso o que sentia em sua casa da rua
Montevidéu, 77, de cuja agonia demolitória fui testemunha. Derrubam as casas e
ninguém indaga se há quem tenha lembranças guardadas naquelas paredes. E eu não
a fotografei!</span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-48763598523917903222014-10-19T09:25:00.003-03:002014-10-19T09:32:12.734-03:00O meu tempo e os novos tempos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-odNSJbEIPiU/SP3APUUnmPI/AAAAAAAAAO4/MtRMejCwkUc/s1600/Geraldo%2B(foto%2Bblog).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-odNSJbEIPiU/SP3APUUnmPI/AAAAAAAAAO4/MtRMejCwkUc/s1600/Geraldo%2B%28foto%2Bblog%29.jpg" height="200" width="138" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Eu não
tinha feito ainda 70 anos de idade, como recentemente aconteceu (4 de outubro)
e só agora estou refletindo sobre essa nova condição etária. Quando era mais
novo, confesso, nunca parei para pensar na minha sétima década de vida, nunca. O
ser humano não pensa nisso, vai vivendo, vai vivendo e quando menos espera a
idade avança ou a idade chega. Nos anos da infância não havia tempo para
imaginar esse futuro tão distante. As brincadeiras e os deveres ocupavam as
horas todas. E na juventude também não, porque o ofício tomava conta dos dias,
era um vaivém danado e a cabeça tinha que se dedicar à família, aos estudos de atualização
e aos caprichos das injúrias orgânicas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-T2FFDrBPkIA/SNNvi88PjII/AAAAAAAAAOY/GEZLVAmKfjM/s1600/DSCN2794.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-T2FFDrBPkIA/SNNvi88PjII/AAAAAAAAAOY/GEZLVAmKfjM/s1600/DSCN2794.JPG" height="149" width="200" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Ontem
voltava para casa com minha mulher e conversávamos sobre as mudanças todas do
mundo. Tudo mudou, disse ela, referindo-se ao que vimos de transformação nesse
mundo de meu Deus. Saíamos de uma padaria, onde tínhamos feito um lanche, a
título de ceia. Isso não havia no Recife do antes e hoje está disseminado, com
casas especializadas espalhadas pelos bairros residenciais e também nas
cercanias do comércio. E os bancos? Deixaram a condição anterior de
estabelecimentos personalizados para se tornarem comunitários. Hoje, as máquinas
assumiram as funções dos antigos bancários, que estão resumidos nos interiores
das agências a consultores e captadores financeiros. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-7yNQ_wSe8Vo/RyHXsdGIgWI/AAAAAAAAACo/VVKzsDTLuhQ/s1600/Academia%2BMedicina%2B039.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-7yNQ_wSe8Vo/RyHXsdGIgWI/AAAAAAAAACo/VVKzsDTLuhQ/s1600/Academia%2BMedicina%2B039.jpg" height="200" width="150" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Foi ela
quem lembrou outra mudança nos hábitos e nos costumes da cidade: o tipo de
moradia. Agora, mora-se em apartamentos, conjuntos habitacionais que juntam de
uma só vez, quase cinquenta famílias. Mas, não existe mais quintal ou não se
brinca nas ruas, como sucedia outrora. Até a geração de minhas filhas isso era
possível, porém o tempo e a violência mudaram esse comportamento. Não se pode
mais! E o extraordinário desenvolvimento da técnica, em todos os sentidos. Eu,
por exemplo, fui operado da coluna pelas mãos maviosas do Dr. Geraldo Sá
Carneiro – o Dr. Geraldinho – e duas hastes de titânio foram postas em minhas
costas e eu estou andando e bulindo da melhor forma. Hei de comemorar os 10
anos de operado a 4 de maio!<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.msatual.com.br/wp-content/uploads/2014/07/expectativa-de-vida-mat.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" src="http://www.msatual.com.br/wp-content/uploads/2014/07/expectativa-de-vida-mat.jpg" height="200" width="194" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="color: white; font-family: "Bookman Old Style","serif";">É! A
expectativa de vida aumentou! Gente como eu já poderia ter morrido, se a
técnica não tivesse alcançado o ponto que alcançou. Os exames estão cada vez
mais sofisticados; as tomografias e as ressonâncias têm acesso a tudo e mais um
pouco. </span><em><span style="color: #222222; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-style: normal; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-style: italic;"><span style="color: white;">A Tomografia por Emissão de Pósitrons (o Pet Scan) revolucionou a
oncologia e hoje se pode muito bem, não apenas diagnosticar, como também fazer
o estadiamento do tumor. Os meus cadernos do último ano de medicina não servem
mais pra nada, estão defasados, desatualizados. Nada se aplica mais!</span> <o:p></o:p></span></em></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.imania.inf.br/arquivos/produtos/1238082733.11F.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-size: large;"><img border="0" src="http://www.imania.inf.br/arquivos/produtos/1238082733.11F.JPG" height="149" width="200" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<em><span style="color: white; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large; font-style: normal; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-style: italic;">Imagine o leitor como ficará um doente do estômago hoje, depois da invenção
da endoscopia. Não fará mais a radiografia do órgão, uma seriografia, como se
dizia antes. E ninguém terá mais o trabalho de identificar uma úlcera a partir
da imagem de uma chama de vela. Nem vela se usa mais! E os stents cardíacos, que permitem uma sobrevida que não se tinha no passado, mesmo com as pontes?</span></em></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-70778038296714258662014-10-14T11:42:00.002-03:002014-10-14T14:16:10.151-03:00Perpétuas Lembranças<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://c2.staticflickr.com/4/3704/10867764564_b7179117fb_z.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://c2.staticflickr.com/4/3704/10867764564_b7179117fb_z.jpg" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Quando o sol vai raiando no horizonte, em dias
assim, de nuvens nos céus e chuva no chão, por aqui já me alevanto e sendo um
domingo, como hoje, depois da leitura dos jornais, tenho tempo para os meus
sonhos. Vejo no monitor a pureza virginal do editor de textos e enxergo n’alma
os meus sentimentos e as minhas saudades. Descortino os anos e as décadas que
se foram, encantados nas brumas das lembranças e vou preenchendo este vazio com
vocábulos e frases que se juntam e se abraçam quase, para exprimir de meu
imaginário os devaneios.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-b13mB6dSaRQ/S1RCI-yvtYI/AAAAAAAAAjY/FmSDYyCqi-c/s1600/Minha%2BAv%C3%B3%2B(Beatriz).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-b13mB6dSaRQ/S1RCI-yvtYI/AAAAAAAAAjY/FmSDYyCqi-c/s1600/Minha%2BAv%C3%B3%2B%28Beatriz%29.jpg" height="200" width="148" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Os velhos de minha infância morreram todos,
carregaram com eles os afetos com que me tratavam e não deixaram o derradeiro
afago. A minha avó paterna, Beatriz de prenome, gorda e matrona, escondia as
peraltices com que preenchia o meu tempo de menino. A tia velha, Deolinda,
nascida na noite de Natal, zangava-se quando se dizia que tinha a idade de
Cristo. E a tia mais nova, viúva e mártir das imolações de um filho deficiente,
não concordava com certos e fortuitos amores domésticos, mas nunca denunciou as
cenas que testemunhara.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://intlimg.demandmedia.com/DM-Resize/photos.demandstudios.com/getty/article/154/86/AA020855_XS.jpg?w=313&h=200&keep_ratio=1" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://intlimg.demandmedia.com/DM-Resize/photos.demandstudios.com/getty/article/154/86/AA020855_XS.jpg?w=313&h=200&keep_ratio=1" height="200" width="156" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O meu avô, com o seu cabelo cor de prata, levava
açúcar-cande nas manhãs de domingo, prometia o pavão dourado a quem raspasse o
prato, mas nunca trouxe essa ave imaginária. E a minha outra avó, Laurinda,
como se chamava, não teve mais tempo de me oferecer um retrato de meu bisavô,
de quem tenho a sobrancelha, dizia. Agora, o denso traço negro de minha fronte
esvaneceu, perdeu a cor e o viço, nada mais representa de genético ou de
hereditário. Os meus tios e as minhas tias se despediram da vida, em maioria e
estão nas distâncias infinitas, na outra dimensão, então.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-l5A_3nmNZqs/S1REMsnhHEI/AAAAAAAAAjo/P4TGuMC22I4/s1600/casal_niloelila.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-l5A_3nmNZqs/S1REMsnhHEI/AAAAAAAAAjo/P4TGuMC22I4/s1600/casal_niloelila.JPG" height="132" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">E o meu pai, que me viu nascer e crescer, que
assistiu o meu desenvolvimento pessoal, também se encantou, foi morar nos
confins eternos. Quase posso dizer que se despediu de mim, naquela noite
derradeira de tanta insônia e tão sem graça mais. Tinha o que me dizer, ainda,
mas deixou para um vespertino encontro, de cuja impossibilidade não foi
culpado, entregou-se antes. Nada posso imaginar das suas intenções no aprazado
diálogo pra logo mais, à tarde, senão algum comentário sobre as minhas crônicas
neste <i style="mso-bidi-font-style: normal;">JC</i>, como costumava fazer. Não
use esse advérbio ou esse adjetivo, poderia ser! Quem sabe?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-gDKhzMQdESo/SfBPY8kFLwI/AAAAAAAAAZE/raV6HGvFioc/s1600/A%2BCasa%2BOriginal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-gDKhzMQdESo/SfBPY8kFLwI/AAAAAAAAAZE/raV6HGvFioc/s1600/A%2BCasa%2BOriginal.jpg" height="158" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Desapareceram, da mesma forma, as pessoas com as
quais convivi em criança, os amigos de meu pai. Todos ou quase todos! Sylvio
Rabelo e seu irmão, Dácio de prenome, Mário Melo e Gilberto Osório, o mestre
Ascenso Ferreira, um grandalhão, com um chapéu de abas largas e um vozeirão de
arrepiar, com medo das caiporas: “...Ali mora o pai da mata/Ali é a casa das
caiporas...”. O padre Sales, camareiro papal, celebrante agoniado de quinze
minutos, somente, sentado no alpendre de casa a discutir e debater o embate
eleitoral na faculdade, tornando-se diretor por dois mandatos, orgulhoso do
cargo de Deão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://i1168.photobucket.com/albums/r490/zedobarro/DSC01194.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://i1168.photobucket.com/albums/r490/zedobarro/DSC01194.jpg" height="200" width="183" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">E os mais simples convivas, aqueles das ruas e dos
becos, dos labirintos da vila da tecelagem, em cujas ruelas experimentei o
lúdico desse exercício do existir? Penso que se foram, em grande parte,
viajaram, definitivamente, para as moradas eternas! Onde estará o cantor das
calçadas de meu bairro, Sabará por apelido, que entoava em voz sonante:
“Tornei-me um ébrio/E na bebida busco encontrar/Aquela ingrata...”? Seria essa
a razão de suas incursões etílicas? A perda de um amor? Chorava assim a
ingratidão que sofrera? Talvez sim ou talvez não!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img.elo7.com.br/product/main/1C17E9/banana-prata.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://img.elo7.com.br/product/main/1C17E9/banana-prata.jpg" height="150" width="200" /></a></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O seu Pedro da banana cortou uma perna, do homem que
vendia laranjas num saco de açúcar, não tenho notícias, tampouco do mascate,
com a sua carroça de um azul desbotado, preenchida por gavetas, nas quais
trazia a linha de cozer e o novelo do croché de minha avó. Do homem da galinha,
a cavalo, com dois caçoas repletos dessas penosas sabáticas, sequer imagino o
destino. E o vendedor de amendoim, com a farinha saborosa embalada em cônico
invólucro de papel de embrulho? Não sei! Essa gente fez parte de minha vida e
desapareceu por encanto!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Mudaram os atores e trocaram os cenários! Vou
fazendo a minha parte, somente!</span><br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: large;"></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">(*) Um texto muito antigo, um tanto nostálgico, lembrando das pessoas com as quais convivi e que se transferiram para as distâncias eternas. Confesso que sou favorável àquele escritor - creio que Origenes Lessa - que insiste em recomendar como pano de fundo da escrita o sofrimento. Já escrevi bem, quando sofria, agora que não tenho sofrido mais está difícil criar. É o que sinto!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoBodyTextIndent" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> </span></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-4879475494855847002014-10-01T14:29:00.000-03:002014-10-01T14:57:32.231-03:00Globalização e cultura<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Na perspectiva das mudanças todas que o mundo experimenta e
dos danos que já está trazendo no campo social, há o risco que poderá trazer à
cultura e às artes. Imagine o leitor as consequências da veiculação da produção
intelectual de países desenvolvidos no combalido Terceiro Mundo, tão
desprovido, já, de recursos no campo do humanismo! Se as coisas partissem dos
berços que forjaram a civilização e permitissem o conhecimento das obras
clássicas, por exemplo, no campo da literatura e da música, como da pintura e
da escultura, por certo, os ganhos estariam garantidos! Mas, se a importação
cultural predominar, como se pode esperar, na ótica de países diferentes,
novos, embora postos no patamar dos desenvolvidos, numa tentativa de difundir o
que se chama de <em>pop</em> e outras denominações do inteiramente
estilizado, vai ser o caos! Globalização, entretanto, não deve ser sinônimo de
uniformização e não é preciso, pois, perder a identidade para partilhar da
pós-modernidade! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">As inúmeras antenas parabólicas no interior de Pernambuco
representam, ao que parece, uma antecipação do processo de mundialização da
cultura, uma uniformização nacional, já, em tudo não desejável, haja vista as
diferenças significativas entre as regiões do Brasil. Ora, dia desses, em
cidade do Agreste, distante três horas, se muito, do Recife, ouvi uma indagação
a propósito da Capital e à minha resposta, o interlocutor de ocasião
desculpou-se: "Não assisto mais os canais locais!". E não se assiste,
mesmo! Antes, o receptor das casas interioranas e do nosso mais do que belo
arquipélago de Fernando de Noronha captam sinais de outros estados, quando não
transmissões alienígenas! Dessa forma; podem manter contacto com o resto do
mundo e ignoram os acontecimentos próximos! Lembra um pouco os tempos do antes,
de uma censura velada às emissoras de rádio e de televisão, quando se procurava
a sintonia estrangeira para se ter o noticiário negado na prática. A diferença
do hoje é o estado democrático em que se vive, se pensa e se escreve, até! E
mais fácil, então, admirar o samba e a música da Bahia ou o Boi do Pará, que o
Frevo de Bloco! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Certas manifestações folclóricas, mesmo que herdadas da
colonização, como as quadrilhas de São João, que encantaram a vida de tantos e
serviram para o encontro de muitos, surgem na telinha da forma mais estilizada
possível, com ritmos diferentes e roupas adaptadas ao tempo da metamorfose! O
Carnaval fora de época, também, chega como se fosse a indústria da baixa
estação, enche a Av. Boa Viagem de trios elétricos, que tocam, da maneira mais
ensurdecedora que já se viu no Recife, acima de todos os decibéis suportáveis,
músicas que fazem sucesso em Salvador. Há, por trás de tudo isso, um esquema
comercial de fazer inveja a qualquer negociante da cidade, com a indumentária
nomeada por estranho vocábulo - "Abada" -, sendo vendida a prestação
e representando a senha para a entrada no respectivo trio. E a rapaziada
compra, se compromete e paga, depois desfila ali, entre os seguidores do
"Recifolia". O "Axé Music", que mistura um pouco de tudo,
faz sucesso, pois, na capital do forró e desbanca a sonoridade melodiosa de
Nelson e de Capiba, pelo menos por uns dias! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">Ora, nestas paragens em que pontificou e pontifica gente da
melhor estirpe, entre escritores e poetas, os quais cantaram a beleza dos rios
e a grandiosidade das terras, além dos amores e das dores, em prosa e verso ou
nestas paragens de compositores e de pintores, de produtores da sétima arte,
premiados, sempre, não se pode apagar a chama do inteiramente humano! É
necessário, sobretudo, estimular a criação, fazer como, recentemente, fizeram a
Prefeitura da Cidade do Recife, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o
Colégio Contato, de cuja junção de forças nasceram três prêmios, também, para o
cinema pernambucano. Ou é preciso fazer como acaba de propor a Companhia
Editora de Pernambuco à UFPE, a reedição de um volume no qual estão as
principais riquezas do folclore, à semelhança da iniciativa anterior, do Voz
Poética, um conjunto no qual estão Ascenso e Manuel Bandeira, Cardozo e Mauro
Mota, Gilberto e João Cabral, além de Olegário Mariano, declamando amores. E os
cantadores populares, repentistas do mote, que nas feiras improvisavam o verso?
Estão sucumbindo à força das novidades do tempo! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">É necessário, também, resgatar as velhas estórias contadas
pelas nossas avós, substituídas - que pena! -, pelos desenhos animados e as
cantigas de ninar, que embalavam as crianças de colo, no entoar de loas assim:
"Geraldo vá dormir/Que eu tenho o que fazer/Vou lavar/Vou engomar/A roupinha
pra você/Esse menino não é meu/Me deram pra eu criar/Obrigação de quem cria/É
menino acalentar". </span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">Um texto de meu recente livro - Textos esparsos, crônicas dispersas -, escrito há muitos anos e guardado por minha mãe, que cuidou em arquivar tudo, dando-me de presente uma quantidade grande de crônicas e de artigos, os quais pude reunir em volume que lancei faz menos de um mês.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-89190938958407796962014-09-27T10:34:00.001-03:002014-09-27T18:11:39.392-03:00Uma babá sofrida<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Eu me
surpreendo, às vezes, pensando que a justiça divina nem sempre funciona de
forma adequada. E isso vem me incomodando de uns dias para cá, depois que vi
uma mulher adoecer, em plena juventude, acometida por um câncer aos 31 anos de
idade. Uma pessoa que não fazia mal a ninguém, que vivia seu cotidiano de forma
singular, pois que sendo moradora da Ilha do Maruim, habitando um casebre
insalubre, nunca deixou de cumprir com as suas obrigações, nunca deixou de
trabalhar da forma mais ávida que se puder imaginar, fosse como babá ou como
simples faxineira. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Foi
babá de meu neto Pablo, sendo mais do que cumpridora de seus deveres, porque se
mostrou extremamente afetuosa, dedicando-se à criança como se fosse uma segunda
mãe. Mulher que se despediu dele, de Pablo, quando viajou para São Paulo,
chorando um pranto saudoso e recebendo dele um forte abraço, de quem talvez
antecipasse um adeus que não gostaria que acontecesse tão cedo. Passou a ser a
faxineira de minha casa e arrumava a minha biblioteca de tal forma bem, que os
meus colegas a tratavam por bibliotecária. Era capaz de localizar um livro ou
um trabalho impresso com a facilidade dos que fazem as coisas com amor.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Pois
é, doente, fizemos tudo por ela! Fomos buscar a melhor assistência do SUS, nas
dependências do IMIP. E ela foi fazendo os exames e piorando, até que conduzida
ao Hospital Miguel Arraes, obteve ali uma atenção médica de primeira qualidade.
Mas, não houve como resolver o caso! E as minhas indagações existenciais
passaram a me incomodar mais e mais. Não, não é de Deus essa desejada
misericórdia! É dos homens, dos governantes a obrigação de assegurar às pessoas
os meios necessários à sobrevivência de todos. E, infelizmente, a sensibilidade
dessa gente passa longe. Só lembram do próximo quando as eleições se aproximam
e não garantem, sequer, os meios necessários à prevenção dos que estão nesse
banquete da existência terrena.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Uma
coisa é pertencer às elites econômicas no Brasil e outra é estar dentre os que
precisam e são desvalidos. Essa gente há de pagar pelo descaso com os outros na
eternidade das coisas, já que por aqui não se submetem sequer ao judiciário.</span> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: x-small;">(*)</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="font-size: x-small;"> - Texto escrito há cerca de 15 dias, quando a babá de meu neto Pablo e ultimamente faxineira de minha casa se ultimava no Hospital Miguel Arraes, onde, aliás, teve toda assistência possível. A crônica, publicada no Jornal do Commercio a 20 desse mês corrente, é a expressão da minha revolta, diante da falta da mnecessária prevenção para toda gente neste País infestado de corrupto. Se Jaislane Tertuliano tivesse acesso a medidas dessa natureza, precoces e efetivas, não teria fechado os olhos ontem, 26 de setembro.</span> </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><o:p> </o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-65422145022586725552014-09-12T17:08:00.000-03:002014-09-13T07:03:21.043-03:00Prefácio - Textos esparsos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<h1 align="center" style="margin: 24pt 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="color: white;"><o:p></o:p></span></span> </h1>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">José Arlindo Gomes de Sá(*)<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><o:p><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;"> </span></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="" aria-busy="false" aria-describedby="fbPhotosSnowliftCaption" class="spotlight" height="150" src="https://scontent-b-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-xpf1/v/t1.0-9/10628056_10202585328659241_4538084602122138_n.jpg?oh=63f42f7c93edb37bf0dd877914e20faa&oe=54A1F00B" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="200" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Com a cunhada</td></tr>
</tbody></table>
<span style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; mso-spacerun: yes;"> </span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">O homem nasceu para a eternidade e não
obstante o silêncio, a ausência, a aparente escuridão do túmulo, ele perfura
todas as barreiras do tempo, num desafio vitorioso sobre o finito. O poeta do
acontecimento é assim: perene, porque consegue permear o que escreve daquilo
que existe de eterno em si mesmo. Cabe a nós sabermos deixar florescer o
cronista como se fossemos tão-somente uma terra arada pela própria vida que não
retêm em si a semente, mas que oferece condições para a roseira florescer e
desabrochar. Geraldo Pereira sempre esteve entre nós, presente nas suas
crônicas qual semente latente na nossa terra. Hoje, aflora em sua plenitude
nessa produção literária cuidadosamente preservada. E nós, certos de estarmos
cumprindo passo a passo o compromisso<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; line-height: 115%;"><span style="color: white;">PREFACIO<o:p></o:p></span></span> com o nosso tempo, mas também como nossa
gente, somos apenas a terra arada pela vida em favor dos frutos nordestinos.</span></span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></span></div>
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span></span><br />
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span></span><br />
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span></span><br />
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
Geraldo Pereira sempre viveu na capital e
esses Textos Esparsos me trouxeram</div>
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
</span><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<a href="http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/398241/gd/1209329068/Piacabucu-Foz-do-Rio-Sao-Francisco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/398241/gd/1209329068/Piacabucu-Foz-do-Rio-Sao-Francisco.jpg" height="150" width="200" /></a><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">recordações
gratas, que as páginas escritas me avivaram como um sopro em cima de brasas
quase extintas. Ao descrever uma visita a uma cidade sertaneja à margem do rio
São Francisco, na crônica Os encantos de Petrolina, me veio à memória, lá pelos
idos de 1972, o dia em que eu estava atarefado no trabalho cotidiano da
Fundação SESP em Floresta, minha pequena cidade pajeuense e navieira, quando
alguém anunciou em tom solene: "Está aí um senhor que quer vê-lo. Ele deu
a entender que se trata de um assunto muito sério". Qual não foi minha
surpresa ao avistar Geraldo Pereira com a tão conhecida matreirice nos
corredores da faculdade! Refeito do sobressalto e da satisfação do reencontro,
ele me revelou o objetivo de sua passagem por ali nos carrascais do rio Pajeú e
do riacho do Navio: "Vim conhecer a serra do Umã, onde os índios estão
adoecendo de leishmaniose".<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="clear: left; float: left; height: 141px; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; mso-spacerun: yes; width: 142px;"><img alt="Fátima, eu, Geraldo e sua filha Patrícia Pereira." class="scaledImageFitHeight img" height="103" src="https://scontent-b-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/p118x118/10355370_10202585332459336_4872536738942998831_n.jpg?oh=591244dd7deb072dcb57b216b0c7279d&oe=549881CA" style="left: -22px;" width="138" /> </span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Se o autor tem lastro literário e é
reconhecido como escritor, crônicas suas consideradas mais significativas, pelo
assunto e pela qualidade estética, são selecionadas para virar livro, como é o
caso destes Textos Esparsos. Para Geraldo Pereira, a crônica vem sendo ao longo
dos anos, sua forma de testemunhar acontecimentos da vida do seu cotidiano, de
pessoas anônimas ou dos familiares que cruzaram seus dias de filho, irmão e
amigo atento, além de reminiscências da meninice, do estudante e do professor,
um tipo de vida que se tornou visível pelas suas poesias dos acontecimentos,
seja no lirismo das ruas da infância e da adolescência, seja no ambiente da
magnificência da Reitoria da UFPE. Ele busca a inspiração de seus textos na
memória e, principalmente, na observação direta do cotidiano, onde se dá,
concretamente, a experiência humana.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="Foto: Patrícia, Júlia, Zaina, Carol e eu." class="scaledImageFitWidth img" height="150" src="https://fbcdn-sphotos-c-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfa1/v/t1.0-9/p526x296/10703668_10202585334499387_4347251970539840823_n.jpg?oh=6f008c1170f6e690cceeb2297c4dbbc4&oe=5487321C&__gda__=1419632194_6624538dd28fb3182a673cb66ffde122" style="margin-left: auto; margin-right: auto; top: 0px;" width="200" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A minha neta, as filhas, a esposa e a <br />
cunhada</td></tr>
</tbody></table>
<span style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; mso-spacerun: yes;"> </span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Em alguns momentos lembra o inconfundível Luiz
Fernando Veríssimo com seus toques de humor e acaba provando que, sim, a vida
pode ser lida e vivida ao mesmo tempo. Em outros, revive um dito de Manuel
Bandeira: "Nunca brinquei com os moleques da rua, mas impregnei-me a fundo
do realismo da gente do povo". E Rubem Braga, que abordava os assuntos do
dia-a-dia, falando de si mesmo, de sua infância, de sua mocidade, impressões de
caminhadas e assim impregnava tudo que escrevia de um grande amor à vida, a
vida simples, não sofisticada. As crônicas Vazio ecológico e Globalização e
cultura tem esses atributos. Há décadas que Geraldo Pereira vem desempenhando o
ofício de cronista, razão pela qual esses textos redigidos de forma livre e
pessoal vinham sendo zelosamente colecionados como preciosidades por sua mãe e
que somente vêm à tona agora para surpreender, divertir e deleitar a nós
leitores.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; mso-spacerun: yes;"><img alt="Academia Pernambucana de Letras." class="scaledImageFitHeight img" height="103" src="https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpf1/v/t1.0-9/p118x118/1604965_10202585317338958_4627993572637188966_n.jpg?oh=412e31a3dac04298ef7048bb2d6cb00a&oe=54920A3B&__gda__=1419024272_0c5ac08c2f3d43e9eeadaf9f0b301acd" style="left: -24px;" width="138" /> </span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Identificamos a variedade dos assuntos, sem
que se mostre superficial; o conhecimento dos temas, mesmo os que não estão
relacionados com o médico e professor emérito; a linguagem límpida, simples e
moderna; a agudeza da observação psicológica; a perspectiva social; a nitidez
das imagens e o ímpeto raciocinante.</span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><img alt="Eu com minha cunhada Zaina Pereira e o casal Arlindo e Tânia." class="scaledImageFitHeight img" height="103" src="https://fbcdn-sphotos-b-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpf1/v/t1.0-9/p118x118/10357260_10202585327259206_8129309382961530849_n.jpg?oh=fa9eee924f953855ced8e3b153c67981&oe=5489CB7D&__gda__=1418084715_a9b5158735acc98d9359b5bfb57e59d5" style="left: -15px; margin-left: auto; margin-right: auto;" width="138" /></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Mª dos Anjos, Zaina, Zé Arlindo <br />
e Tânia</td></tr>
</tbody></table>
<span style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; mso-spacerun: yes;"> </span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">Há, também, nesta coletânea, histórias
pitorescas e belas, episódios cômicos.E, </span></span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">neles,
o autor ri de si mesmo. Essa atitude sinaliza a maturidade do escritor. Somente
uma pessoa muito segura de si mesma, de sua arte de escrever e de sua
serenidade, tem condições de se expor ao leitor, revelando inclusive suas
fragilidades. Fica ao alvitre do leitor descobri-las em crônicas como estas:
Uma alameda da saudade e Exílio </span></span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;">de
sentimentos.</span></span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></span></span></div>
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"></span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/b39621f174a642314ef3e4f2b7285f80348.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.onordeste.com/administrador/personalidades/imagemPersonalidade/b39621f174a642314ef3e4f2b7285f80348.jpg" height="150" width="200" /></a></div>
Enluarado pela magia e apaixonado pela fauna e
pela flora do meu sertão, li e reli com prazer uma crônica emblemática: Asa
branca. Luiz Gonzaga cantou este pássaro pelo simples fato de que ele
representa a saga dos retirantes da seca do Nordeste, mas, na minha opinião, a
ave mais representativa das terras sertanejas é o casaca-de-couro. Não sou o
único a defender a preferência por esta ave. O poeta Carlos Severiano
Cavalcanti, em seu belíssimo livro Sertanidade, fez com maestria esta glosa:
"Casacas-de-couro em bando \ Fazem festa no sertão". Ao escrever que
"escutar a ave canora, \ poetisa do braseiro, \ com o canto condoreiro, \
nossa tristeza minora", ele está se referindo a única ave que gargalha que
se conhece. O casaca-de-couro encanta pela sua penugem semelhante à vestimenta
do vaqueiro. É comovente acordar no sertão com seu canto orquestrado. A
sensibilidade fica aguçada neste momento que emociona porque, ao contrário da
asa branca, que bate asas do sertão, o casaca-de-couro permanece alegrando o
nosso viver sofrido durante a estiagem. E então, ouvi também o canto, o gemido,
a voz, o berro, o gesto do sertanejo rasgando os ares dos carrascais na leitura
da crônica Um nordestino sofrido. Em Uma sociologia da madrugada me fez lembrar
e sentir o cheiro que vinha da padaria do beco do Pajeú, quando seu Amaro saía,
ainda no primeiro clarão da barra, oferecendo seu produto, rua abaixo e rua
acima: "Olha o pão quente, queimando a gente rapaziada! Olha o pão de seu
Amaro!"</div>
</span></span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;"><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.portaldeartesanato.com.br/artesanato/upload/passos/1350407027_16102012_jogo-americano_tear_533_tecendo_passo4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.portaldeartesanato.com.br/artesanato/upload/passos/1350407027_16102012_jogo-americano_tear_533_tecendo_passo4.jpg" height="133" width="200" /></a></div>
</div>
</span>Os textos de Geraldo Pereira passam pelo tear
de acurada sensibilidade, com fusos tecendo os encantamentos. Portanto, a mim,
como colega que teve a felicidade do seu convívio, com a permissão que me foi
concedida de prefaciar os Textos Esparsos, só me resta recomendá-los com o
mesmo zelo de quem os conservou por muito tempo no baú das coisas inseparáveis.</span></span></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif; font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(*)
– José Arlindo Gomes de Sá é médico, poeta, Presidente da Sociedade Brasileira
de Médicos Escritores - Regional de Pernambuco<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-87858388150704880692014-09-06T08:11:00.000-03:002014-09-06T08:22:10.369-03:00Textos Esparsos - Apresentação<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Este
livro traz de minha mãe o carinho; o carinho porque está composto, todo ele,
por crônicas que foram guardadas por ela ao longo de muitos anos, de décadas.
Eu sabia que ela tinha esse cuidado com os meus textos, que eram publicados no
Jornal do Commercio do Recife. Mas, não sabia que tinha tal quantidade de
artigos, que poderiam resultar até em livro. Nem ela própria tinha essa
impressão, a de que esse material assim arquivado serviria ainda para uma
publicação que reunisse todo esse esforço, mais dela que meu. <o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pois
é, amigo leitor, a minha mãe (Lila Marques Pereira), encantou-se em 2013, no
mês de agosto, de todos os azares. Já tinha 94 anos na conta das gentes com
quem viveu. Passou 4 anos – longos anos – acamada, sob o cuidado sempre muito
próximo da filha mais nova, minha irmã caçula, mais nova que eu 10 anos, Fátima
de prenome. Foi Fátima quem desarquivou tudo isso e me enviou numa grande caixa
de papelão. Quando fui revisar, encontrei muita coisa que não tinha ainda
divulgado em livro e resolvi enfeixar nesse volume que ora vai a lume.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">São
crônicas, muitas delas com humor, porquanto o meu estilo de escrever contempla
sempre a graça e as frases engraçadas. Mas, tem o sério, o reflexivo, o
contemplativo, seja pelas palavras que dediquei à minha mãe, sobretudo nos anos
fechados de sua vida, aos 70 e aos 80, mas também as minhas dores quando de seu
encantamento, seja pelos textos escritos com a reflexão social de que me tomo,
diante das grandes questões da minha gente, de meu povo. Entendo que um espaço
de jornal, capaz de acolher o texto de quem teve acesso às letras e à cultura,
mesmo que insipiente, não pode ser desperdiçado e precisa atender aos relamos
da sociedade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">É um
livro, pois, dedicado à minha mãe e de certa forma escrito por ela, porque sem
ela não teria o prazer de lançar o volume.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;">(*) Esta é a <strong>Apresentação</strong> de meu livro - <strong>Textos Esparsos-Crônicas Dispersas</strong> -, que será lançado brevemente, a 11 de setembro, a partir das 19 horas, na Academia Pernambucana de Letras. Um volume que está dedicado à minha mãe, pois que foi ela quem colecionou as crônicas assim publicadas. Com esta Apresentação, reforço o convite aos leitores do Blog, aos familiares, aos colegas e aos amigos. Espero a todos nessa noite de convívios e confraternização.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-26577718444556808012014-08-28T11:03:00.001-03:002014-08-28T11:08:57.644-03:00Uma Sociologia de Bairro<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Com atenciosa e até afetuosa dedicatória, recebi de Evaldo
Donato e Paulo Caldas um livro escrito a quatro mãos: No Tempo do Nosso Tempo -
Uma Volta aos Anos 60. São crônicas que retratam a juventude de Água Fria, na
sexta década do século XX, abordando a intensa convivência ali, em subúrbio
distante, ainda, naqueles anos das grandes revoluções dos costumes e dos
hábitos, das mudanças, enfim, a transformarem e a transtornarem, até, o povo
pacato do Recife e do mundo inteiro. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span> </div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">A leitura dessas evocações, de jovens que
viveram, intensamente, o tempo de ouro da existência humana mostra, claramente,
o quanto houve de marcante em interregno tão pequeno de tempo! Capítulos de uma
sociologia do arrabalde, tomado pelas modificações trazidas no pós-guerra e
influenciadas pelos movimentos contemporâneos que fizeram o mundo mudar sob
todas as óticas, derrubando tabus e quebrando regras, flexibilizando,então, o
comportamento. Há reminiscências, como expressa a dedicatória, que ultrapassam
o simplesmente individual, para assumirem papel diferente, o das lembranças de
uma coletividade; de uma geração toda. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Foi assim que me lembrei dos automóveis que circulavam na
cidade, do antigo Nash e da Rural, como do velho Jeep e do Gordini ou do Sinca
Jangada, encantando a gente nova com a modernidade das linhas! E o Candango,
rústico e grotesco! Mas, lembrei, sobretudo, dos jornais de bairro ou de rua,
que circulavam mimeografados, manifestando, já, algumas vocações que se
tornariam depois, senão jornalistas do batente, escritores bissextos ou
cronistas, a ensaiarem com o cotidiano da vida, a voz do espírito, que não
cala, quando a saudade emerge! Foi dessa forma que comecei a escrever, uma
singela publicação de meu lugar, usando pseudônimo diferente, o meu sobrenome
ao contrário: "Arierepe". Nem sei mais do nome daquele conjunto de
páginas que circulavam a intervalos incertos e muito menos dos meus escritos! O
que diziam ou o que expressavam! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Há detalhes, todavia, mais que interessantes, como aquele do
Livro de Ouro", que circulava, de mão em mão, buscando assinaturas dos
remediados da rua , para angariar fundos e financiar o time de futebol. Ou da
rifa, que tinha papel assemelhado e permitia aplicar os recursos na chuteira e
no padrão de camisas, na bola de couro nova e nos unguentos, que bem
massageados traziam de volta a força do chute a gol ou a defesa bem feita do
goleiro dantes machucado. Ou serviam para custear o pavilhão do clube, bordado
e rebordado por costureira de nome! </span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E as turmas se organizavam assim, em jogos
de todo tipo, incluindo, como está no livro, as partidas de botão,
disputadíssimas, reunindo a muitos em torno de um campo bem encerado. Peças
fabricadas, algumas, na Casa de Detenção ou forjadas no torno, diretamente,
pras bandas de Paulista, quando ficavam mais apropriadas ao drible e à
finalização da jogada ou os botões de capa, vendidos no centro urbano,
submetidos a uma operação que os tornasse mais presos à madeira e assim
pudessem mandar ao filó a bolinha de cordão bem enrolada. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">E as festas de todos
os tipos? O Carnaval e o São João, o Natal e o Ano Novo! Ou os assustados, que
marcados com a antecedência necessária, juntavam meninos e meninas, rapazes e
moças, proporcionando os encontros e assinalando começos. Dessa maneira me
iniciei por cá, com a musa dos meus dias de hoje, em aniversário de casa, com a
mesa decorada pelo bolo confeitado e as garrafas de guaraná Fratelli Vita
dando um toque regional ao inteiramente universal, a aproximação das criaturas.
Beijos que foram roubados num rodopio qualquer na sala de visitas, de jantar
também, pactos selados há mais de trinta anos pra trás, que resistiram ao tempo
e vão marcando a sucessão da existência, na vida de mais três, que estão
virando seis. Três filhas: Fabiana, Patrícia e Carol! E ninguém pode reclamar
da falta de histórias, nesse recesso que é o meu lar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Muito grato aos autores.</span><br />
<span style="font-family: Verdana;"></span><br />
<span style="font-family: Verdana; font-size: x-small;">(*) Um texto antigo, incluído em livro a ser lançado muito, brevemente, no dia 11 de setembro, na Academia Pernambucana de Letras, reunindo crônicas que foram guardadas por anos a fio por minha mãe. Trata-se de um artigo criado depois que os autores me enviaram um exemplar. Lembranças de velhos costumes e de antigos objetos, a exemplo dos botões de mesa, alguns de chifre, torneados ou não, e outros de capa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"> </span></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-76154374278633674012014-08-18T10:07:00.003-03:002014-08-18T10:07:50.819-03:00Mulher casada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Chegou e foi saudado como uma inesperada surpresa, mas,
mesmo assim, apresentado ao senhor que à mesa dividia com ela o caldinho de
mariscos bem temperado e a cerveja mais que gelada. Apertou a mão alheia e
falou o óbvio e ululante: "Muito prazer!" Não tivera prazer algum,
pude concluir depois! Mas, foi ela quem providenciou a cadeira em mesa vizinha desocupada
e mandou que tomasse assento, compartilhasse daquilo, de um colóquio que
parecia não desejar. Desajeitado e desconfortado sentou-se, realmente, fazendo
indagações aos cochichos: Este cidadão é aquele de ontem? O que faz você aqui
na beira da praia, com uma pessoa estranha? Respondia como podia, dando evasivas
ou reafirmando posições: Um amigo meu! Sou uma mulher séria, nada pega! O
companheiro de ocasião, diante da emergente rejeição, deu um tempo, foi ao Orelhão,
sem considerar o celular à cintura! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Eu tinha chegado há alguns minutos, apenas e me sentara
sozinho, sem companhia, que fosse, para o meu exercício mais que ocioso de admirar
a imensidão atlântica nesse tempo das férias. Assim, não me restava outra coisa
senão ouvir a conversa e compreender a perplexidade dos circunstantes ao lado.
Afinal, escrevo sobre o cotidiano da vida, sobre os atos e sobre os fatos
protagonizados pelos penitentes deste mundo de Deus! Aliás, o dono do
estabelecimento de beira-mar, antecipando os meus desejos, verbalizou minhas intenções.:
Já sei! Vai escrever um artigo! Em determinado momento, no entanto, fiquei tenso,
confesso, diante da pergunta do marido incomodado: Você me traiu? Diga sim ou
não! E a mulher, com ares de superioridade, respondeu: Não! Não traí! Essa
negativa dupla parece ter selado a fidelidade e assegurado a confiança. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">A conversa, porém, foi ganhando força e o diálogo esquentando,
até que a frase de efeito foi dita e eu tive que me retirar, para não assistir
ao desfecho: Boca de mulher casada tem gosto de sangue! Levantei-me com
discrição e fiz um cumprimento de despedida, deixando-os a sós, com íntimos
votos de que recobrassem a santa paz dos justos. Fui matutando a propósito,
fazendo da sentença verbal o mote de minhas digressões. É que o povo tem, por
vezes, tiradas assim, mais que interessantes, com sabor de filosofia popular
como essa, a do animal ferido, tomado pela preferência diferenciada da fêmea,
cuja escolha premiara a outrem e o deixara de lado, desprezado, pois. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">A mulher, que nada tinha de bonita, conhecia, no entanto,
desejos assim, plurais, nessa singularidade, nunca inteiramente explicada, da
existência humana, que faz os semelhantes se atraírem, mutuamente, para a
completude do sublime: o amor. Dois dias depois cheguei por lá, pedi um
caldinho de aratu e me sentei, aguardei a conversa habitual do Getúlio,
especialista nesses convívios de praia, cansado já das cenas desenroladas à sua
frente pelos atores do dia a dia, protagonistas das cenas da vida. Lembrei até
que de outra feita, uma senhora de idade avançada ali sentara acompanhada de
menino novo, cheirando a leite. Beijaram-se tanto que correram o risco de
rasgar os lábios e quando a pobre penitente estava ébria, o companheiro
surrupiou-lhe o dinheiro da pensão previdenciária, recebida às custas de muito
trabalho do finado marido. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">Resultado, o nosso diretor do tempo das férias - o Getúlio -
foi levar em casa a pobre mulher, rejeitada e triste. Mas, no caso em
particular, contou, tudo terminou às mil maravilhas, com a solidariedade de
ambos diante da criatura amada em dobro, a merecer elogios e enlevos ao
espírito. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;">É! A carne é fraca, disse o Mestre, antecipando o perdão aos
pecados todos dos que estão compartilhando desse banquete enorme, permeado por
labirintos de ignorados caminhos. Alamedas dos desejos, sofrendo, às vezes, a
metamorfose do, inteiramente, platônico. Desejo felicidades, pois! Que o
nativo, vindo à luz sob os coqueirais de Pau Amarelo, possa dizer como o poeta:
O teu nome é um poema nas rimas das minhas distâncias! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri; font-size: large;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: small;">(*) - Um texto escrito há muitos anos, quando passava férias em Pau Amarelo e anotava cenas do cotidiano e diálogos, nem sempre amistosos, em meus alfarrábios reunidos na memória das minhas décadas. </span> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-50685980393265637962014-08-13T22:18:00.003-03:002014-08-13T22:20:02.616-03:00Luto pelo falecimento prematuro de um jovem líder<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-vJ-qCCJ6c-s/U-wOXyHZe1I/AAAAAAAABjc/yXg35z6Lf2w/s1600/LUTO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-vJ-qCCJ6c-s/U-wOXyHZe1I/AAAAAAAABjc/yXg35z6Lf2w/s1600/LUTO.jpg" height="570" width="640" /></a></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-45268387406170121842014-08-11T21:50:00.001-03:002014-08-11T22:05:06.319-03:00Mensagens de Afeto e Reconhecimento<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large;">O dia
dos pais desse ano (2014), francamente, foi dos mais emocionantes pra mim, pelo
que recebi de mensagens de reconhecimento e de afeto. Isso deixa qualquer pai
satisfeito e feliz, pela certeza do cumprimento desse papel tão importante e tão
difícil: o de ser pai. Foram anos e anos de tanta dificuldade, que essa
retribuição é mesmo gratificante, para mim e para a genitora dessa prole mágica
que pudemos constituir. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large;">Passei
o dia recebendo mensagens de minhas filhas. Das três; mensagens que eram de
agradecimento e de reconhecimento. Assim, como essa: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 36.85pt 0.0001pt 35.45pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: large; line-height: 115%;">Pai, obrigada por me fazer acreditar toda a infância que criança mandava em
policial; que He-man vivia num mundo paralelo atrás das paredes e quando
aparecia uma bola de luz (reflexo de relógio), era ele lutando; e que quando
você falava "sempre alerta", eu tinha que responder RÁPIDO "nunca
dormir", pois estávamos em guerra. Hahaha. São lembranças maravilhosas.
Obrigada. Eu te amo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 35.45pt; margin-right: 36.85pt; margin-top: 0cm;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-zN-5SvJsQP8/U-lR-wSv5yI/AAAAAAAABjI/XIDSXj3gPa0/s1600/GP+e+Fabiana.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: black; font-size: large;"><img border="0" src="http://1.bp.blogspot.com/-zN-5SvJsQP8/U-lR-wSv5yI/AAAAAAAABjI/XIDSXj3gPa0/s1600/GP+e+Fabiana.jpg" height="150" width="200" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: large;">Fabiana com a mãe e com o pai. Duas</span><br />
<span style="font-size: large;">poses numa manhã de domingo.</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-size: large;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT" style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 115%;">Ou foi mensagem em forma de imagem, fotografias minha e da mãe e poses
antigas, do tempo em que o retratos eram tirados em dia de domingo, nos jardins
da Faculdade de Direito do Recife.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT" style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: large; line-height: 115%;">Ou ainda uma mensagem como esta, da filha que vem começando a dificil
tarefa de ser, também, mãe: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT" style="font-family: "Cambria","serif"; font-size: large; line-height: 115%;"> Bom dia! Pai parabéns pelo seu dia.
Você sempre foi um pai dedicado, amoroso e com o olhar voltado para as suas
filhas. Obrigado por tudo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Cambria, serif; line-height: 18.399999618530273px;">Emocionou muito a mensagem sonora que recebi, enviada</span></span><br />
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: Cambria, serif; line-height: 18.399999618530273px;"><br /></span></span>
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 18.399999618530273px; text-indent: 35.4pt;">por Carol, mas em nome das três, dela própria, de Fabiana e de</span><br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 18.399999618530273px; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 18.399999618530273px; text-indent: 35.4pt;"> Patrícia.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 18.399999618530273px; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 18.399999618530273px; text-indent: 35.4pt;"> </span><span style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 15.333332061767578px; text-indent: 35.4pt;">Era Rober</span><span lang="PT" style="font-family: Cambria, serif; font-size: large; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;">to Carlos cantando: </span><span lang="PT" style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large; line-height: 115%; text-indent: 35.4pt;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: large;">Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo/...</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-indent: 47.20000076293945px;">
<span style="color: #444444; font-family: Bookman Old Style, serif; font-size: large;"><span style="background-color: white;">Eu sou grato às três, pelos afetos e pelo reconhecimento.</span></span></div>
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="background: white; font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"></span><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: large;"><span style="background: white; font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;">
</span>
</span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<span style="background: white; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large; mso-bidi-font-family: Arial;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Bookman Old Style","serif"; mso-bidi-font-family: Arial;"><br /></span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-22560293553441571142014-08-02T10:17:00.000-03:002014-08-02T10:18:53.743-03:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Mestres Mirins</span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"> <b> Zaina Pereira</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-vBjnALv771A/U9zjHu_iWVI/AAAAAAAABh0/fK5CX3gawqI/s1600/Zaina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-vBjnALv771A/U9zjHu_iWVI/AAAAAAAABh0/fK5CX3gawqI/s1600/Zaina.jpg" height="200" width="150" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">No sábado, 12 de julho, chegou a Recife o meu neto querido: Pablo. Nascido na Espanha, veio morar nestas paragens e depois em São Paulo. Quando lhe perguntam de onde é, ele diz: sou do mundo. Este pequeno notável, para mim, só tem cinco anos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Chegou às 11:30 da noite e veio com a mãe (Fabiana), minha filha e logo que desceu do táxi correu para me dar um grande abraço e saímos de mãos dadas, falando de seu mundo, de seu imaginário, de seus brinquedos e de seus livros. Fico sempre encantada, porque para mim significa uma síntese do seu momento, no intuito de me atualizar sobre sua vida.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Parece que não há distância entre nós e a conversa flui naturalmente!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-gXEEtmCvg4M/U9zj9qOiaRI/AAAAAAAABiE/3iMoYrEpuBM/s1600/Fabiana&Pablo.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-gXEEtmCvg4M/U9zj9qOiaRI/AAAAAAAABiE/3iMoYrEpuBM/s1600/Fabiana&Pablo.JPG" height="200" width="150" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Na realidade, vejo o seu crescimento contínuo, a mudança de seu sotaque e de suas gírias é um fato: mano, caramba, prof.( professor), entre outros, é a prova concreta de uma distância geográfica. Porém seus grandes olhos verdes, preciosos, como diz a sua avó paterna, espanhola de origem, têm o brilho, da alegria de nosso encontro. Parece que continuamos próximos sempre! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Entra em minha casa e aponta para tudo que mudou. Cada objeto diferente é referido por sua observação perspicaz. A conversa, então, continua, como se não tivesse havido a pausa de tantos meses.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">No domingo, a família reuniu-se para o almoço e lá encontrei a minha pequena mestra: Júlia. Com 1 ano, começa a verbalizar nomes, entre eles vovó (oó) e é um encanto vê-la rindo! Seus olhos negros, abertos para os encantos de um encontro tão mágico.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-2yEvVwypeuA/U9zkoX4skpI/AAAAAAAABiM/SZfz-LCvlss/s1600/foto+(4).JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-2yEvVwypeuA/U9zkoX4skpI/AAAAAAAABiM/SZfz-LCvlss/s1600/foto+(4).JPG" height="200" width="150" /></span></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">O amor está presente! Sinto nos meus pequeninos, que não dizem a conhecida frase, "eu te amo", mas demonstram com seus olhos, seus risos e seus toques. Aliás, para mim, o amor não tem palavras que o designe, mas gestos executados por meus mestres mirins, meus netos, me enlevam e vejo sempre nesses encontros exitosos uma aprendizagem do que é viver, plenamente, a vida. Aprendo com eles, todo tempo com eles.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Deus os proteja e os guie, para que jamais percam a espontaneidade de uma vida plena de afetos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">(*) O Blog hoje faz uma exceção, quando aceita de muito bom grado o texto da esposa do autor sobre o amor aos netos e publica o texto. </span></div>
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-85897465847250494472014-07-26T06:15:00.000-03:002014-07-26T06:15:59.736-03:00Um livro a mais<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h1 style="text-align: justify; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-weight: normal;"><span style="font-size: large;">Este
livro traz de minha mãe o carinho; o carinho porque está composto, todo ele,
por crônicas que foram guardadas por ela ao longo de muitos anos, de décadas.
Eu sabia que ela tinha esse cuidado com os meus textos, que eram publicados no
Jornal do Commercio do Recife. Mas, não sabia que tinha tal quantidade de
artigos, que poderiam resultar até em livro. Nem ela própria tinha essa
impressão, a de que esse material assim arquivado serviria ainda para uma
publicação que reunisse todo esse esforço, mais dela que meu.</span></span></h1>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">Pois
é, amigo leitor, a minha mãe (Lila Marques Pereira), encantou-se em 2013, no
mês de agosto, de todos os azares. Já tinha 94 anos na conta das gentes com
quem viveu. Passou 4 anos – longos anos – acamada, sob o cuidado sempre muito
próximo da filha mais nova, minha irmã caçula, mais nova que eu 10 anos, Fátima
de prenome. Foi Fátima quem desarquivou tudo isso e me enviou numa grande caixa
de papelão. Quando fui revisar, encontrei muita coisa que não tinha ainda
divulgado em livro e resolvi enfeixar nesse volume que ora vai a lume.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">São
crônicas, muitas delas com humor, porquanto o meu estilo de escrever contempla
sempre a graça e as frases engraçadas. Mas, tem o sério, o reflexivo, o
contemplativo, seja pelas palavras que dediquei à minha mãe, sobretudo nos anos
fechados de sua vida, aos 70 e aos 80, mas também as minhas dores quando de seu
encantamento, seja pelos textos escritos com a reflexão social de que me tomo,
diante das grandes questões da minha gente, de meu povo. Entendo que um espaço
de jornal, capaz de acolher o texto de quem teve acesso às letras e à cultura,
mesmo que insipiente, não pode ser desperdiçado e precisa atender aos relamos
da sociedade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><span style="font-size: large;">É um
livro, pois, dedicado à minha mãe e de certa forma escrito por ela, porque sem
ela não teria o prazer de lançar o volume.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";">(*) - Texto da Apresentação de meu livro com o título: Textos esparsos - Crônicas dispersas. Livro que ofereço a minha mãe, responsável pela coleção de minhas crônicas assim reunidas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-55016633604086523142014-07-18T16:02:00.000-03:002014-07-18T16:02:17.874-03:00Uma sociologia das madrugadas<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<h1 style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal; text-align: left;"><span style="font-size: large;">No primeiro raio de sol, o sabiá-gonga dessas paragens
ensaia os acordes das lembranças, cantando saudades da fêmea que se foi no
ontem do tempo! E na outra árvore, um bem-te-vi de penas doiradas grita o
trinado das distâncias, convidando a companheira para os amores do dia! Vez ou outra, um canário-da-terra estrala num galho qualquer, resgatando aos meus
ouvidos a melodiosa sonoridade da infância. E o galo do terreiro de junto saúda
as galinhas poedeiras! Assim, me alevanto, espantando os fantasmas, que nas
inquietudes das noites vão parindo os sonhos e forjando devaneios, realizando,
afinal, desejos e vontades. Afugento as insônias, que sempre me fazem perder
as horas! Da varanda vou anotando a rotina das madrugadas, vendo a gente que
passa, uns em direção ao trabalho já e outros buscando o lazer do parque; gente
branca e gente negra, gente amorenada da pele, cada qual com seu destino.</span></span></h1>
<h1 style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal; text-align: left;"><span style="font-size: large;">0 homem da padaria trafega em bicicleta muito antiga,
carcomida pela ferrugem. Vai parando e atendendo aos peões das construções,
pessoas que fazem os prédios subirem para o alto dos céus, mas que não podem
dispor de moradias assim, novas e sofisticadas. Moram, na verdade, nas
periferias insalubres! São várias as opções, do bolachão ao pão doce ou do francês
ao crioulo, à preferência do freguês e a depender do vil metal. Tudo para acompanhar
o café matinal, que pode ser tomado com o cuscuz de rua, de cujo apito afloram
outras lembranças. Só não há mais quem venda o mungunzá de bom milho, trazido à
cabeça em latas de flandres bem fundido. Ou não ha mais quem venda os bolinhos
de bacia, transportados em depósitos de madeira envidraçada. Desapareceu, também,
das ruas do Recife o entregador de leite, que deixava nas casas, muito cedo, um
litro do precioso líquido.</span></span></h1>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">As sete horas, precisamente, começam as atividade dos
pedreiros e dos ajudantes, uns aqui e outros ali, todos juntos no mister de levantar
paredes no caminho das nuvens, massas brancas do infinito, guardiãs fieis das
fantasias e dos sonhos, de quem vive e sobrevive dessa maneira, embalando o imaginário.
E o prédio vai tomando forma, compondo a paisagem urbana com a frieza do
cimento, limitando espaços internos para as habitações da modernidade, umas
sobre as outras, como se fossem gaiolas empilhadas, contadas as dezenas, de
quatro pra cima. Permito-me, então, a reflexão da hora! Penso nos que moraram
por aqui no antes dos anos, cujas casas tombaram à força da impiedosa da
picareta. Foram felizes? Amaram e foram amados? Quem sabe? Pouco se conhece
dessas antecedências, senão um ou outro detalhe! As oito, entretanto, tomo o
elevador e me ausento desse cotidiano e dessas rotinas. Perco o resto do dia!
Afinal, vou trabalhar, também! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Sei, podem, que alguns desses peões, à falta de um
acolhimento qualquer, se acomodam nas construções mesmo, quando a noite emerge
e o manto negro do tempo encobre o dia. Chegam de distantes paragens, fugidos
da seca, no domingo a noite, enquanto a burguesia assiste ao derradeiro
programa de televisão, desembarcando de jipes duros e desconfortáveis. Por
certo, no final da semana devem levar a féria para a feira e aproveitam a oportunidade
desses retornos para o rever dos amores e o afugentar das dores. Tudo vale a
pena/ Quando a alma não e pequena/..., disse o poeta, o maior de todos em língua
portuguesa. Vale à pena voltar, a cada sexta-feira ou a cada sábado, para a
largueza do completamente rural e retomar convívios. Por lá, com toda certeza,
ainda reina a paz dos anjos e há mulheres de olhos da cor da esmeralda, descendentes
de velhos europeus. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;">Ao final de cada jornada, no entanto, nenhum desses peões
dispensa a namorada, empregada domestica, pelo geral, dos apartamentos que construíram
nessa redondeza ou nesse entorno. Sentam-se na praça e no banco de madeira
pintado com a cor da pureza, roubam beijos e furtam demorados amplexos. Fazem
de conta que estão na festa da paróquia, girando no carrossel dos ares!
Recolhem-se, finalmente, nos improvisados recantos de oníricos encantos. E novamente
a madrugada chega, o sabiá-gonga expressa lamentos e o bem-te-vi grita
saudades, vez ou outra o canário entoa lembranças! Vou a varanda e declaro
silente o recomeço do meu tudo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-33634687706187625792014-07-12T15:01:00.000-03:002014-08-05T10:36:35.129-03:00Exílio de sentimentos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-cXg3ypy3AEA/R5GhcJxcX2I/AAAAAAAAAFI/UFnm3jU2W9I/s1600/Com+a+Minha+M%25C3%25A3e+%252813-01-08%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-cXg3ypy3AEA/R5GhcJxcX2I/AAAAAAAAAFI/UFnm3jU2W9I/s1600/Com+a+Minha+M%25C3%25A3e+%252813-01-08%2529.JPG" height="320" width="204" /></a></div>
<h1 style="text-align: justify;">
<span style="font-weight: normal; text-align: left;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Esses tempos de agora, dos começos de um novo século ou dos
inícios quase silentes do terceiro milênio, estão me parecendo mais do que
propícios às digressões do espírito e aos devaneios paridos das entranhas
d'alma ou às lembranças dos antanhos perdidos nas brumas, paradoxalmente,
claras do passado. É o que posso concluir, depois do que tenho escrito e,
sobretudo, depois de ter ouvido comentários a propósito de minha derradeira
crônica — Fim de Século —, publicada por cá, neste espaço de jornal. É assim,
as datas servem pra isso, para a reflexão dos anos, para um resgate do que se
encantou nas sombras do ontem. Há uma crise do humano e os afetos estão
condenados ao degredo! Exílio dos sentimentos!</span></span></h1>
<h1 style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large; font-weight: normal;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Lembro de minha avó paterna, Beatriz de prenome, de seus
medos e de seus receios quando o calendário virou e fez nascer o seu outro
século! Fim de mundo, pensou! E o mundo não findou! A grande roda dos dias continuou
a girar e todas as noites, no abraço dos ponteiros, nova anunciação se fez! E
mais cem anos se passaram! Noto que as mulheres, mais que os homens</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">L</span><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">, fazem a
leitura das entrelinhas, mergulham fundo na emoção, entendem a mensagem das
épocas, tão pessoais que não se imagina possam chegar às intimidades do ontem.
Mas chegam, porque o cotidiano ultrapassa a individualidade, socializa a memória!</span></span></h1>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Aquela senhora que a distância promove a introspecção da
hora, retoma as veredas da adolescência, revive os caminhos da juventude, anda
pelas alamedas de seus outroras e identifica cantos ou recantos, encanta-se,
então, com as recordações do antes. Faz projeções quase metafóricas e imagina
que o autor ingressou na idade das lembranças. Tem razão e não tem! É que a
saudade vai se materializando assim, em fantasias dos reencontros com o tempo!
Sonhos nascidos do imaginário, devaneios que se espraiam nos ares do mundo,
amorfas silhuetas dos que se foram! Alguns para sempre e outros porque apenas
passaram! Os atores dos espetáculos do meu hoje não são mais os mesmos, mudaram
os figurantes e trocaram os cenários. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A professora de pouca idade não viveu os meus anos, mas tem
similitudes nas lembranças, gosta de recordar seus tempos e suas épocas. É isso
mesmo! Na conta dos séculos os pequenos espaços temporais são quase desprezíveis!
A alma de cada um, no entanto, identifica lugares e coisas que promovem a
convergência dos sentimentos. Há saudades do que se viveu e do que nunca se
viu! Às vezes, surpreendo-me assistindo a um sarau na casa-grande do velho
engenho de meus antepassados. Este piano que ouço agora, enquanto deixo transbordar
o coração, às custas da emergente inspiração, em cujo teclado estão as mãos de
Paulo Valença, tão presente nas minhas idas ao Restaurante Leite, parece
resgatar a sonoridade melodiosa daquelas noites. A minha tia Ema, inglesa de
nascimento que morreu de parto e virou cobra, ouve, atentamente, cada um das
notas e o meu bisavô Vicente, vestido de preto, de luto, sempre, pela filha que
não pôde salvar, com um cálice de bom conhaque, desliza os olhos pela sala,
observando os circunstantes e antevendo futuros. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">A senhora loura, de tez clara e olhos da cor da safira, que
em prévia carnavalesca senta junto a mim e faz a voz superar os acordes do
frevo, confessa que as crônicas lhe dão a nítida sensação de que faz parte do
texto. Mistura-se, então, às letras e às palavras, passa pela inusitada
metamorfose do ser, a uma só vez sentimento e frases, períodos, enfim, que
também viveu. Festinhas de bairro e encontros de brotos, idas e vindas ao Clube
Internacional. Anos que se foram e décadas que passaram, momentos felizes de
uma outra juventude. Gente prateando os cabelos com a tinta do tempo! E para
justificar a regra da predominância feminina, o sr. Camilo Brito, faz
digressões sobre os seus dias em terras lusitanas, onde nasceu e de onde trouxe
as lembranças de seus antanhos. E Miguel Doherty, de inglesas origens, como tia
Ema, liga muito cedo, antes das sete. Leu as entrelinhas, confessa! As mulheres
desta terra de Maurício e os homens de além-mar! </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: large;">Noto que as mulheres fazem a leitura das entrelinhas,
mergulham na emoção.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">(*) - Um texto escrito há muitos anos, ai pelo ano 2000, talvez um pouco antes, tratando do século que chegava e do milênio que aflorava. Lembrando outras passagens de tempo assim, com ameaças e com superstições. As opiniões também da gente de me cercava ao tempo.</span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-88711633362838555392014-07-06T10:13:00.000-03:002014-07-06T10:13:19.247-03:00 O Trem Bala<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="text-indent: 42.55pt;"><span style="font-size: large;">Quando eu era
menino e usava calças curtas, gostava de fazer escavações no quintal de casa!
Tomava a colher de jardineiro com que minha mãe cultivava as rosas do jardim e
cavava o que podia lá no fundo do terreiro. Mal começava a operação, já minava
água por todos os lados, assegurando-se, então, mais e mais, as origens do
Recife, plantado sobre os manguezais dos outroras. Mas, na minha cabeça e no
meu imaginário de criança era possível chegar ao outro lado da terra, abordando
o Japão, assim, de forma tão artesanal. Fantasiava que de repente, não mais que
de repente, um homem de olhos apertados ou uma mulher bonita, de feições
orientais, surgiria dos fundos daquele buraco, emergindo nos meus domínios,
naquela ambiência das minhas divagações lúdicas. Não imaginava, também, que um
dia tomaria o aeroplano das invenções nacionais e dos sonhos de Santos Dumont e
rumaria à Terra do Sol Nascente. Pois é, amigo leitor, viajei, cumprindo o
inverso da trajetória infantil e vou surgir nas distâncias nipônicas, dos céus,
ao contrário de minhas fantasias, de telúricas emergências. No aeroporto, a
minha mãe, no habitual das coisas e das despedidas, disse: “Deus o leve!”.
Depois, lembrou-se que por lá, nas friorentas paragens do Oriente, quem manda é
Buda e fez o reparo: “Buda o traga de volta!”. Saiu-se bem e foi política,
sobretudo, agradando às duas correntes, das crenças e da fé!</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: large;">Tenho sobre
os meus ombros, maduros, agora, a missão de observar o sistema de saúde, as
razões pelas quais o Estado pode sustentar a chamada atenção universalizada,
oferecendo a toda gente, independentemente da classe social, a merecida
assistência às injúrias do corpo e da alma, que acolhe o psiquismo humano. Como
devo, de igual modo, visitar as instituições acadêmicas, conhecendo o evoluir
das pesquisas no campo da doença, principalmente aquelas de natureza infecciosa
e de cunho parasitário, objeto de meus estudos, também, há tantos anos. Vou
rever, da mesma maneira, companheiros que estiveram no Recife em tempos
pretéritos, iniciando o intercâmbio na década mágica dos anos sessenta, quando
por aqui aportaram os desbravadores dessa ligação tão forte, já, no âmbito dos
males dos trópicos e da implementação do sistema de atenção à saúde tupiniquim,
embrionário, ainda. De trem bala, então, viajarei, pra lá e pra cá, cumprindo a
destinação da missão! Não significa, porém, que perca as minhas características
de observador simples do cotidiano das coisas e dos costumes. Das pessoas,
sobretudo, da criatura humana plantada de forma diferente, sempre, em cada
recanto do globo, mas, com as mesmas qualidades e com as mesmas fragilidades da
condição de gente, apenas, sujeita às intempéries do mundo de fora e do mundo
de dentro, dos interiores, pois!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: large;">Quando a
segunda-feira nasceu - o dia 3 de março -, parida das entranhas do feriado de
fim de semana, na madrugada, ainda, em São Paulo, tomei o Jumbo da JAL e pelos
ares do mundo faço como o poeta: Vou danado pra Catende/Vou danado pra
Catende/Com vontade de chegar... Cuido em levar, a tiracolo, os agasalhos todos
de que disponho e os que dispõem, igualmente, os amigos diletos, os meus
companheiros de batente, da faina diária, os quais têm mais horas de vôo e se
habituaram, já, à lã e à linha dos casacos de frio. Pela Internet, todavia,
comuniquei-me com brasileiro largado pra aquelas bandas e soube de seus
tremores quando o dia amanhece em Tóquio e confesso os meus temores. Ora, sou
nascido e criado no calor dos trópicos, acostumado ao suor pingando no rosto,
de dia e de noite e costumo bater o queixo diante das temperaturas baixas ou
abaixadas. Não ligo o condicionador de ar, senão no mínimo da potência, puxando
o lençol, de logo, pra cima de mim, isolando-me do vento e da aragem
artificial. Imagine ao natural!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: large;">Depois, à
volta, hei de escrever as impressões de viagem! Fazer, como toda gente que se
preza e ensaia a arte do registro, um diário, assinalando as benesses e os
tropeços.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
Texto escrito em 1996, logo que cheguei a Tóquio e me instalei no hotel do governo, para tanto destinado, isto é voltado para a hospedagem de convidados da gestão.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 42.55pt;">
</div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-62879009457069948672014-07-03T21:50:00.002-03:002014-07-03T21:52:53.382-03:00O Clube do Bolinha<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: large;"><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif";">Dia
desses estava assistindo um programa de televisão, cujo titulo não guardei,
quando falaram no Zorro, ficção dos meus anos de menino. Foi coisa rápida, mas
de pronto imaginei que estaria ai um tema para uma crônica em meu Blog. Pois é,
fui leitor assíduo das histórias </span><span style="background: white; color: #252525; font-family: "Bookman Old Style","serif";">Don Diego de La Vega/Zorro</span>, uma versão do justiceiro
social em meados do século XX. Lembro que esperava a minha mãe voltar da
cidade, como se usava chamar o comércio do centro, para pegar as revistas que
trazia, compradas na Avenida Guararapes, penso eu. O mascarado, montado em seu
cavalo Silver e acompanhado de seu amigo Tonto, fazia sempre justiça, quando
tinha os fracos e oprimidos na linha das maldades sociais, que persistem na
sociedade de hoje.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large;">Mas, dessas revistas
todas, trazidas por minha mãe, porque não havia bancas nas ruas dos bairros,
aquelas ligadas ao pato Donald e seus sobrinhos eram dos meus agrados, das
minhas preferências para as leituras. Costumava sentar no alpendre de casa,
recostado numa cadeira de madeira muito boa, para me entreter com as histórias
da família do pato; da família e dos amigos. Era uma beleza! O tio Patinhas,
conhecido por sua sovinice, exigia muito do sobrinho e não abria mão das moedas
que guardava para nada. Era um horror! E o pior é que existe gente assim! Margarida
encarnava a pata que se apaixonara pelo Donald e estava sempre atrás de um
contato, que fosse. Mas, ao que saiba, nunca se acertaram.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large;"> Havia, também, a revista da Luluzinha. Nessa publicação
o companheiro dela, Bolinha, costumava aparecer disfarçado em toca-discos e
assim circular pelos ambientes da ficção, sem ser identificado. Eles se
escondiam, os dois, na companhia de Alvinho e de quando em vez contavam também com
a participação ativa do Raposo, um mauricinho que se botava para os lados de
Luluzinha. Ainda hoje se usa dizer, quando uma reunião é destinada somente a
homens, que se trata do Clube do Bolinha. Esse personagem, portador já de uma
obesidade quase mórbida, antecipando-se no tempo, mantinha na casa usada por
eles a inscrição “Menina não entra!”. Um outro personagem era Glorinha, egoísta
e orgulhosa, menina rica que esnobava diante dos outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: large;">O cachorro Pluto,
que pertencia a Mickey, era um animal alegre e descontraído, amigo de seu dono
e amigo de todos. Serviu pra mim na faculdade, porque esse foi o meu apelido na
turma. É assim, na escola cada um tinha um cognome e quando eu saltei de um
banco pra outro, no anfiteatro de anatomia, um colega que já morreu, disse: “Parece
o cachorro Pluto!”. E por Pluto ficou até o hoje dos dias, nos encontros
festivos com os colegas. Estamos nas proximidades já dos 46 anos de formados e
quando nos encontramos costumamos assinar o nome de Batismo e o cognome ao lado.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(*) Esse defeito no Blog, avisado por alguns amigos e detectado por mim logo cedo, fiz tudo e não consegui superar. Peço desculpas, mas nada pude fazer!</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #252525; font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Arial;"> </span><span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-49646196895307306342014-06-23T10:35:00.000-03:002014-06-23T10:35:14.678-03:00Outras fogueira e outros rojões<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://yy1.staticflickr.com/4011/4633988828_2a18ae0e2c_z.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="156" src="https://yy1.staticflickr.com/4011/4633988828_2a18ae0e2c_z.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A cachoeira do açude grande.</td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.expoimovel.com/imagens_classificados/276359_ALG5078_14.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.expoimovel.com/imagens_classificados/276359_ALG5078_14.jpg" height="150" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A mata fechada. Pequena reserva.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">Este
será um São João diferente, um resgate de outras festas assim, urbanas;
diferente do que estou habituado, ultimamente, porquanto tenho passado essas
noites dedicadas ao santo em Aldeia, sacrossanto lugar de minhas tertúlias,
tomadas aqui como encontro de amigos para fiar conversa. </span><span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"> </span><span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-size: 12pt; text-align: justify;">É o que temos feito nos sábados naquele
santuário, nos reunindo em grupo, no clube do condomínio ou em casa de um dos condôminos.
Dessa forma, são contadas as piadas mais inocentes e registrados casos mais
picarescos que pitorescos. Isso regado a vinho de boa origem. Há de um tudo
naquele conjunto de casas do quilômetro 16, no qual um grande açude garante a
umidade e o açude pequeno assegura a pesca.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif; font-size: 12pt; text-align: justify;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://www.ufpe.br/ccs/images/stories/primeira_aula_de_medicina.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://www.ufpe.br/ccs/images/stories/primeira_aula_de_medicina.jpg" height="80" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quadro de Murilo La Greca - A primeira <br />aula.</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;">Mas,
com essa mudança nos esquemas e nos destinos, lembrei, de logo, de uma noite
assim, vivida nos começos dos sessenta, quando eu era ainda estudante de
medicina. É que eu e o meu colega Jia, achamos por bem dedicarmos o feriado ao
estudo das matérias dos inícios do Curso. E a noite dedicada ao santo tornou-se
o tempo de um estudo em tudo muito complicado. Fomos, os dois, para a
Faculdade, passando pelas fogueiras que ardiam e pelos rojões que zuniam nos
ares, para estudarmos, especificamente, a histologia e a anatomia. A primeira
restrita a algumas lâminas, de interpretação difícil e a segunda vista, da
forma mais dedicada possível, no cadáver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://chc.cienciahoje.uol.com.br/wp-content/uploads/2012/01/rembran4.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="http://chc.cienciahoje.uol.com.br/wp-content/uploads/2012/01/rembran4.jpg" height="150" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lição de anatomia de Rembrandt</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;">O
diabo é que ai pelas 10 horas da noite, o vento forte da Cidade Universitária,
ainda descampada, corria por entre as frestas das janelas das salas de anatomia
e zunia, verdadeiramente, dando a impressão que aqueles cadáveres iam se
levantar e exigir que a vida lhes fosse devolvida de pronto. Alguns dos
estudantes, diante dos ares macabros que se instalaram nas salas de dissecação,
resolveram voltar e foram para as suas moradias, com o objetivo de curtirem os
derradeiros acordes do forró. Eu e o Jia, além de outros, ficamos por ali,
estudando um detalhe a mais, para a prova da semana. E eu já não lembro desses
quesitos e daqueles requisitos, mas passamos e fomos aprovados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/ThumbnailGeneratorSuperBig.ashx?ImageId=C:%5Cinetpub%5Cwwwroot%5Cnovoprojetoperse%5CBSU_Data%5CBooks%5CN1393101347891%5CBookCover.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.perse.com.br/novoprojetoperse/ThumbnailGeneratorSuperBig.ashx?ImageId=C:%5Cinetpub%5Cwwwroot%5Cnovoprojetoperse%5CBSU_Data%5CBooks%5CN1393101347891%5CBookCover.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;">No
comum dos tempos, quando eu era menino, a véspera de São João era
meticulosamente vivida em minha casa. O milho, comprado na feira de Santo
Amaro, era cuidadosamente raspado para se fazer a canjica e a minha avó paterna
vestia-se a caráter, com o seu avental branco, para dirigir os trabalhos na
cozinha, preparando a massa para o pé-de-moleque, que às 17 horas vinha
presidir a mesa da sala de jantar. Era uma beleza, porque vinha repleto de castanhas
de caju e a meninada cuidava em roubar uma a uma, contanto que se comesse toda
a munição daqueles acepipes nordestinos. Ninguém podia esquecer as garrafas de
guaraná, do Guaraná Fratelli Vita, de raro sabor à boca.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-X3vVwTQKiZw/RoVMEmr8NOI/AAAAAAAAAAM/7GGo6-Ow9Uk/s1600/Fogueira.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://3.bp.blogspot.com/-X3vVwTQKiZw/RoVMEmr8NOI/AAAAAAAAAAM/7GGo6-Ow9Uk/s1600/Fogueira.JPG" height="150" width="200" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;">A
molecada, porém, esperava pelas 12 horas da noite para fazer as adivinhações. Não
se podia esquecer da faca na bananeira, cuja explicação de como interpretar os
resultados me foi dada recentemente por Silvio Costa, amigo meu de anos pra trás.
Usava-se uma faca que não fosse inoxidável e se tinha no dia seguinte uma
mancha, como se fosse uma nódoa e ao interessado ou à interessada restaria
descobrir a letra do pretendente na mancha. Era a mesma coisa que se fazia com
a cera de uma vela numa vasilha d’água, que formavam também uma letra. Era uma
forma curiosa de se antecipar o casamento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://mktcriativo.files.wordpress.com/2011/06/fogueira_de_sc3a3o_joc3a3o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://mktcriativo.files.wordpress.com/2011/06/fogueira_de_sc3a3o_joc3a3o.jpg" height="200" width="150" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;">A
fogueira era acesa às 6 da noite, com o cuidado de não se perder a hora e a ocasião,
porque se assim não fosse, o dono da casa morreria naquele ano. Era uma crença
que havia! E um conjunto de gravetos e de madeira das estantes de meu pai, que
tinham ruído à força dos cupins e das polias, inimigos célebres dos livros e
dos papeis, queimavam até não poder mais, chegando à brasa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"> Assim eram
as fogueiras e os rojões no antes do tempo.<o:p></o:p></span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5826905113386340266.post-84015134122676412402014-06-15T10:51:00.004-03:002014-06-15T10:51:57.122-03:00Outras copas e outras datas <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="border-bottom: solid #4F81BD 1.0pt; border: none; mso-element: para-border-div; padding: 0cm 0cm 4.0pt 0cm;">
<div class="MsoTitle" style="text-align: center;">
<span style="font-size: large;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;">Outrora
as copas eram transmitidas pelas emissoras de rádio. Cada qual que se
habilitasse a ouvir nessa ou naquela estação. Depois, quando a televisão
chegou, ouvíamos o jogo pelo rádio e aguardávamos a chegada do vídeo, para que
pudéssemos entender o desenrolar da partida, sabendo já do resultado. Era uma
vibração geral, como hoje ainda acontece, mas com essa precariedade toda
tecnológica. Os tempos mudaram e a transmissão em tempo real agora deixou pra trás
as carroçáveis épocas do rádio e do vídeo - tape.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;">Na
minha cabeça as copas sempre foram nesse tempo das festas juninas, daí a coincidência
de eventos: os jogos e as fogueiras. Este ano há uma diferença, os chamados Black
Bocs têm imperado e tome protestos, um em cima de outro. Também, não se entende
como é que um país com tantos problemas, sobretudo de educação, de saúde e de
segurança se atreve a gastar rios de Reais com as arenas. Ao que parece, houve
desvio em quantidade razoável e as verbas públicas rolaram ao sabor da corrupção.
Sendo assim, entende-se, muito bem, os protestos aqui e ali. O povo não aguenta
mais tanto descaso!<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;">As
datas são as mesmas, embora as comemorações tenham assumido as transformações do
tempo. O dia de Santo Antônio sempre foi motivo para as promessas, nas quais se
rogava a interseção do santo por um casamento que valesse a pena. As igrejas
se enchiam de gente suplicando o matrimônio. Aqui no Recife, a Igreja de Santo
Antônio, aquela que fica na esquina da av. Guararapes, passava – acho que ainda
passa – o dia inteiro aberta, para receber a gente interessada nos pedidos, que
propiciassem a aproximação de um bom partido. Muitas vezes, o pedido era seguido
de uma fotografia deixada no altar, para que houvesse continuidade no pleito.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;">Certa
vez, achei uma dessas fotos, que não parecia ser de uma moça casadoira, mas a
de uma senhora já mais velha, futura sogra, talvez, de alguém interessado em
pedir e rogar. Não tive dúvidas e furtei a foto, trouxe para casa e preguei uma
peça em parente meu que tinha uma namorada por perto. Fiz um oferecimento mais
ou menos nesses termos: Estou lhe enviando a foto de minha mãe, sua quase
sogra, com o vestido que você mesmo deu em seu aniversário! Foi um sarceiro danado,
porque mandei entregar ao parente em casa da noiva. Valha-me Deus do céu, quase
pega fogo, com a moça querendo explicações e indagando de onde era aquela
sogra. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;">O
São João era uma beleza, pois que o meu pai comprava fogos em quantidade e a
minha mãe cuidava em soltar. Nunca entendi as razões para ele não acender os vulcões,
que davam cor aos céus de minha infância? A grande verdade é que a minha mãe fazia
esse papel! Uma fogueira mixuruca queimava, sempre, no começo do terreiro e
fazia um papel importante, pois que se acreditava que o dono da casa, se não se
acendesse a lenha, tombaria morto naquele ano. Em Olinda, na rua da namorada –
hoje minha mulher – o ambiente era um pouco rurbano, para usar a expressão gilberteana
e era comum as pessoas atravessarem a fogueira, depois do fogo apagar e as
brasas ficarem firmes, acesas. Eu passei muitas vezes, mas hoje, francamente, não
passo mais por dinheiro nenhum. Antes do ato quase heroico, as pessoas faziam
uma oração, coisa de quem quer tornar mais dramático ainda o ato e o fato. </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Bookman Old Style', serif;"><span style="font-size: large;">E
por ai vai!</span><span style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Bookman Old Style","serif"; font-size: 12.0pt;"> <o:p></o:p></span></div>
</div>
Geraldo Pereirahttp://www.blogger.com/profile/02037443590987857486noreply@blogger.com4