Foi uma passagem de ano singela, talvez a mais simples de todas em
minha vida, mas, com toda certeza, a mais feliz, a mais agregadora e a mais
afetiva. Afinal, estávamos todos juntos: a esposa, as filhas, os genros e os
netos. Foi uma experiência ímpar! No alto de uma colina vimos o espocar dos
fogos e ali nos abraçamos todos, desejando felicidades no porvir das coisas. Um
espetáculo luminoso também muito simples, bem distante dos executados nas
grandes cidades, do Rio de Janeiro ou mesmo do Recife. Estava começando o ano,
depois de ter findado outro, como acontece desde que o mundo é mundo.
Fizemos o exercício de juntar a todos e partimos em dois carros
para a paradisíaca praia de Carapibus, no município de Conde, domínios da
Paraíba. Chegamos por lá com o sol caindo no horizonte e fomos admirar o
entorno da Pousada Laguna, que nos acolheu da melhor forma. O pequeno hotel, de
cinco quartos, se muito, encontra-se no alto de uma serra, cuja descida,
íngreme como é, obriga o turista a utilizar-se do máximo de sua força física
para subir de volta ao topo do lugar. Mas, vale a pena descer, porque a vista
do mar é extraordinária. O oceano enorme estava subindo e em sua maré alta dava
a impressão de querer levar tudo a sua volta. Beleza aquela visão!
Daí por diante foi só beleza e mais beleza. Tudo conforme se dizia
por cá, nesta selva de pedra em que vem se transformando o Recife; selva de
pedra e de carros engarrafados. Na barraquinha de beira-mar, enquanto
degustávamos o peixe serra que resgatava outros momentos e outras praias
maravilhosas, os netos se fartavam com o vaivém das ondas do mar. Uma de 9
meses, que faz o mais velho, nos seus 4 anos de vida, dizer que ela tem apenas
“zero anos”. Veja só o leitor! Foram esses dois os que mais aproveitaram da
estadia e a menor quase aprende a chamar pelo vovô coruja. Júlia e Pablo, ela
brasileira e ele espanhol de nascimento,
divertiram-se a valer, no mar e fora dele.
No penúltimo dia, fomos à Tambaba, praia ainda mais bonita que a
outra, sem a necessidade de se tirar as roupas ou os adereços. O mar estava
entrando na preamar e em pouquíssimo tempo encheu; encheu do conteúdo hídrico e
encheu de gente. Em poucos minutos o local estava repleto de farofeiros e
turistas. Uns atravessavam a barreira da indumentária e outros não. Uma mulher
imensa de gorda, com a barriga pedindo misericórdia a Deus e as mamas de um
volume descomunal, usava “fio dental”, tendo tomado a decisão de ultrapassar a
barreira que separava os adequadamente vestidos, daqueles que se aventuravam na
condição em que se apresentaram como vieram ao mundo.
É! não fui longe para curtir a passagem do ano. Dizem que cada um com cada qual. Entendi agora a sua mensagem, referindo a distância. Reunida a família, nos divertimos bastante. A sua odisséia foi maior e o meu aconchego valeu e muito, também. Abraços, Eliana
ResponderExcluirMeu caro acadêmico Geraldo,
ResponderExcluirLinda foi a sua passagem de mais um ano. Depois, gostaria de saber como faço para contactar essa casa de hospedagem. Fiquei com água na boca, pelo hotel e pelo peixe frito, este literalmente. Quanto à Tambaba, fico a imaginar você desfilando por lá, se bem entendi! rs Silvio Costa, o da UFPE.
Caro acadêmico Geraldo:
ResponderExcluirSeu final de ano, não poderia ter sido mais bonito. Família reunida, abraçados, os céus abençoando-os, um mar lavando resquícios do que passou e trazendo esperanças num novo tempo. É o que todos queremos!
Abençoados foram, pela natureza e que sejam, agora, ainda mais pelo Deus do amor, que nos dá a ventura de constituir uma família.
Tenham todos, um ano novo de sonhos e realizações! Abraço fraterno.
Lígia Beltrão