Voltei agora (domingo à noite) de uma comemoração dos 42 anos de formado. A minha turma de medicina, considerando que o tempo já vai longo e que vez ou outra fenece um colega nesse carrossel da vida, decidiu assinalar a data magna a cada dois anos, fazendo uma festa maior nas chamadas datas fechadas. Assim tem sido! O grande “Biu Preto”, no encerramento da temporada, não descuidou e se pronunciou dizendo que os mortos já estão fazendo o mesmo no reino dos céus, isto é reunindo os colegas a cada ano, degustando a mariscada dos costumes e tomando a cerveja bem gelada dos hábitos corriqueiros. Depois precisou de lenço para exugar as lágrimas.
Estiveram presentes 40 colegas, gente como o grande “Baré” e o nosso inquieto “João da Minhoca”, o “Jia” e o “Catarro”, sem falar na presença, também, de “Pluto” e do grande “Quase-Lindo”, ambos dados ao difícil mister da escrita. Impossível esquecer o “Fofa”, que nesse largo período de almoços, jantares e estadias em hotéis de luxo, nunca hesitou em comparecer. Faltaram alguns que há muito não chegam perto das comemorações. O “Chupa-Osso” lá não foi, o “Mongrô”, do mesmo jeito, mas o conhecido “Sulamita”, com suas digressões sobre o SUS, estava por lá e ilustrou o convescote. O nosso constante “Toinho da Cachorra”, também, prestigiou o momento. Fez falta o colega com cognome diferente: "Iracema". Homem hoje mais das finanças e das aplicações, que das incursões na seara da imunologia.
Na hora do chorinho, a menina encarregada dessa velharia toda reuniu os antigos concluintes e prometeu que um passarinho sairia da máquina fotográfica, contanto que todos se juntassem e posassem para um retrato. Depois, venderam mais de 20 cópias. O ponto alto do encontro foi Getúlio Cavalcanti fazendo uma serenata de frevo, cantando sucessos pernambucanos desde a década de 20 até o hoje dos dias. Mas, antes dele, o “Zé Lezim” da Paraíba, fez um show que arrancou ruidosas gargalhadas da plateia. Ficaram algumas das piadas, mas uma dessas selecionei para o leitor atento:
- "Na venda de seu Miro o empregado Vicente quase engole um rato. Ficou com o bicho na garganta, segurando pelo rabo. Nisso levaram o penitente ao médico, que tinha saído e o seu lugar estava ocupado pelo doido da cidade. O maluco viu o caso, estudou a situação e passou a receita. Não conseguiram despachar em cinco farmácias a que compareceram. Estava escrito: Passar queijo ralado na beira do cu. Comprar uma ratoeira e armar na junção das bundas. Comprar um gato e deixar de plantão no rabo do paciente."
- E quando os ponteiros do relógio se juntaram, decretando o meio-dia do domingo, o restaurante abriu. Diante de Brivaldo, não hesitei: “Tudo passa, meu caro amigo!”. E ele, sem entender bem a que me referia, balançou a cabeça afirmativamente. Antes nos reunimos para conferir os retratos e assistir a derradeira mensagem, a da despedida, “Biu Preto”, filho de “Chico da Manola”, levantou-se e invocou os encantados no infinito das coisas. Chamou nome por nome, ajuntando o apelido de alguns: “Bico de Ouro” e “Cachorrão” estavam no comando da turma dos encantados, dançando e frevando, comemorando também as mais de quatro décadas de convívio. As meninas da Bravo, a empresa de eventos, lideradas por Mônica, quase nos fizeram chorar outra vez, com palavras nascidas do coração para nos homenagear.
(*) Uma crônica dando conta de um final de semana na santa paz do Senhor; tempo de lembranças dos começos e hora das reflexões. Texto que ofereço a Zília Codeceira, leitora atenta do espaço, que vendo a demora na atualização do texto, ligou e assinalou que já esperava desde ontem a nova crônica. Ótima companheira das digressões literárias. Comente o leitor no espaço mesmo do Blog ou o faça para pereira@elogica.com.br ou ainda para pereira.gj@gmail.com
Pai, essa crônica retrata bem aquilo que você sepre diz: "Dinheiro eu não tenho, mas amigos..."
ResponderExcluirOs amigos são uma das riquezas da vida, umas das melhores coisas que ela nos proporciona!!!
Beijo.
Caro Prof. Geraldo,
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa do Blog.
Moderno e divertido.
Abraços,
Rosane Senna Salles
Caro amigo
ResponderExcluirdr. Geraldo,continuo lendo e gostando muito de seu blog.
Quem sabe um dia essas crônicas farão parte da grade de programação de uma tv?
Muita paz parao amigo.
lima tvu.