Assusta encontrar na programação de quase todas as
televisões, espaços reservados à violência; espaços locais e nacionais.
Horários que contemplam o crime, descrevendo em detalhes as ocorrências todas.
As estações em UHF, ainda representam uma exceção à regra do sangue comandando
o espetáculo. Programas como o de “Samir Abou Hana”, de variedades, fazem uma
abordagem diversificada da cultura regional. Mas, há outros exemplos, mesmo nas
televisões tradicionais. Ninguém discorda que “O Povo na TV” seja de utilidade
pública maior, que roteiros de assassinatos ou coisas semelhantes. Estreou o
“Cidade Viva”, uma esperança a mais de melhoria em nossos padrões.
Penso que mesmo com o esquema atual do crime e do
assalto dirigindo as falas, há um aspecto positivo da violência que precisa ser
abordado. Por exemplo, há alguns dias o historiador Luiz Otavio Cavalcanti
escreveu um artigo demonstrando que a agressividade de hoje é menor que aquela
da antiguidade e cita no texto mais de um estudioso do tema. Seria uma pessoa
para um contraponto, em programas assim. Mesmo gente do governo, que pudesse no
vídeo melhor explicar o registro que se tem da criminalidade em queda por aqui.
Detalhes, digamos, do “Pacto pela vida”. Um José Luiz Ratton, desde cedo
envolvido nesse esforço não se furtaria, imagino, às desejadas justificativas.
Do mesmo jeito o Dr. Wilson Damásio, capaz de explicar os mais de 30 dias
contados sem a ocorrência de um crime de morte sequer. São coisas positivas do
grande negativo urbano: a violência.
Mas, intriga-me observar como são explicadas as
cenas transmitidas, tal a riqueza de detalhes e tal a forma didática, que mais
parece uma aula expositiva de uma pretensa universidade do crime e do roubo;
uma academia do inteiramente perverso. Dessa forma, o marginal não se contenta
apenas com sua imagem no vídeo, mais cuida em aperfeiçoar sua técnica, acompanhando
as descrições televisivas. Dia desses uma rede mostrou como os bancos inovaram
no quesito dos caixas eletrônicos, colocando o visor em lugar mais distante do
corpo desses equipamentos, proporcionando ao crime organizado planejar-se para
as futuras intervenções. Isso é péssimo! Não se deveria apresentar os avanços
na prevenção dos assaltos, sob pena de fomentar o preparo dos ladrões.
Artigo de opinião publicado no Jornal do Commercio, no sábado, dia 20 de abril.Ilustrado com imagens da Internet. O leitor comente, se desejar, no espaço mesmo do Blog ou o faça para pereira.gj@gmail.com ou pereira@elogica.com.br
Caro Geraldo,
ResponderExcluirRi a valer com a crônica do colchão! Será q Pablito ñ andou usando seu rico colchão como pula-pula?
Outra perguntinha: em q município de PE houve uma trégua de 30 dias sem homicídios?
Abraço,
uga