Sou do tempo das grandes valsas, dos anos dourados do século XX, quando se dormia em colchões de capim ou se fazia a sesta em redes vindas do Ceará. Tempos bons aqueles! Hoje não, as valsas estão esquecidas no baú das saudades e tocam nas emissoras de rádio todas as barbaridades que desejam e as acomodações noturnas são grandes peças de molas ensacadas para enganar o consumidor. Só as redes permanecem incólumes, intocáveis, à disposição do penitente. Mas, nunca aprendi a dormir em rede, mesmo com todo esforço que aquela bonita estrutura de bom pano me inspirava. Não houve jeito!
O colchão de capim, lembram-se os leitores mais velhos muitíssimo bem, tinha de todo tipo e eram vendidos em todo lugar, desde as feiras de bairro até as boas casas do ramo. E de todos os tamanhos: de casal e de solteiro, de criança de berço ao adolescente vivendo os estirões da vida. Além do que, havia o tamanho exclusivo para o bebê de casa. Era comum que os meninos ou as meninas urinassem à noite e os colchões levados ao quintal enxugavam. Passavam o dia todo no sol, contanto que já à noite estivessem prontos para o descanso da moçada. É claro que com os anos formavam-se baixas e era preciso trocar o exemplar desgastado. Mas nunca como sucedeu agora com o meu Ortobom. Bom dizer que para um bom colchão a cama precisava ser patente.
É que na casa de campo, comprada em Aldeia, há coisa de mais ou menos vinte anos, se pouco, nós – eu e a patroa – vamos aperfeiçoando mais e mais as condições de conforto e ai decidimos por comprar um colchão Ortobom. Fui à loja da Ruy Barbosa, nas vizinhanças de um posto de gasolina, e comprei um enorme, cujo nome de batismo não lembro exatamente, mas é um coxim que para falar com a consorte preciso de um interfone. Beleza! Ninguém incomoda ninguém! Foi o que se pensou. Sucede que, ao contrário dos antecessores de capim, antes de um ano o imenso material de molas ensacadas foi cedendo e hoje quando acordei a minha cara-metade estava deitada do lado contrário.
É que na casa de campo, comprada em Aldeia, há coisa de mais ou menos vinte anos, se pouco, nós – eu e a patroa – vamos aperfeiçoando mais e mais as condições de conforto e ai decidimos por comprar um colchão Ortobom. Fui à loja da Ruy Barbosa, nas vizinhanças de um posto de gasolina, e comprei um enorme, cujo nome de batismo não lembro exatamente, mas é um coxim que para falar com a consorte preciso de um interfone. Beleza! Ninguém incomoda ninguém! Foi o que se pensou. Sucede que, ao contrário dos antecessores de capim, antes de um ano o imenso material de molas ensacadas foi cedendo e hoje quando acordei a minha cara-metade estava deitada do lado contrário.
Claro que procurei a loja e antes de perder a garantia, onde me informaram que iam fazer uma vistoria e depois trocariam o enorme colchão. Concordei, porque me trataram bem e em princípio mereciam credibilidade. Pois creia o leitor que fizeram o exame de perícia e se danaram pra lá, nada mais me disseram, não respeitaram aquele prazo de 30 dias que tinham me dado e já se aproximam dos noventa. É pouco, porque tinham me dito que não comprasse Ortobom. Amigos meus da hidroginástica alertaram que não seria uma boa iniciativa, mas como sou cabeça dura: comprei! Comprei e entrei pelo cano!
Amigos: Ortobom não!
A Ortobom tem essa mania, a de enganar o consumidor e pouco se lixa. Foi ótimo você publicar essa crônica, porque uma irmã minha, Aline, estava em vias de comprar um colchão e não comprará o Ortomal de forma alguma. Bonita campanha a sua. Antônio Miranda
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