De minha
varanda descortino ao longe uma enorme árvore de Natal. Imagino que seja no
bueiro da tacaruna. Não é! Não pode ser! É em outro lugar qualquer do hoje dos
dias. A antiga, a que estava habituado a ver em minhas andanças, acima e
abaixo, era do tempo de minhas filhas ainda pequenas. A mais velha dizia assim:
“A ‘cacauna’ painho, a ‘cacauna’!”. E eu passava duas ou três vezes diante da
chaminé iluminada. Foram anos fazendo isso, a cada dezembro e a cada novo
janeiro. E essas lembranças são apenas recordações de um tempo que se foi!
Hoje
tudo está bem diferente e é bom que esteja assim. Tenho por cá dois netos,
nessa contabilidade da expansão parental. Um, com quatro anos, às vésperas dos
cinco, foi à
Espanha resgatar as origens e rever os avós; os avós e os tios. A
prima Isabela também. Já o vi nos braços da avó paterna dormindo, com a mesma intimidade que tem por cá.
Os sinos
dobram e eu não os ouço mais. Estão muito distantes de mim. Só as mensagens que
me chegam pelo celular trazem esses acordes mágicos do Deus menino. São reflexões
necessárias do amor. Do amor que a fraternidade exprime. Nisso, a caridade, a
maior de todas as virtudes, preside a cena dos esquecidos; dos esquecidos e só
muito raramente lembrados. São os nossos irmãos menores, relegados ao nada das
coisas, sem o pão de todos os dias e sem a ceia que há de juntar a família.
A minha
filha segunda, Patrícia de prenome, já disse que tem uma cartinha de uma
criança ao Papai-Noel. O que pede essa missiva infantil? Hei de comprar, seja
muito
ou seja pouco!
minha
filha mais nova, Ana Carolina, há de casar muito brevemente, antes que a
sonoridade decrete o Natal. Faz essa união e não deseja festa, vamos jantar,
todos juntos, a família dele e a dela, para abençoar esse casal que chega para
o deleite da vida a dois, um banquete que faço votos vá ao tempo que o meu
casamento já foi, 43 anos se pouco.
Deus
abençoe a todos, a filhos e netos. Feliz Natal aos amigos e leitores.
Caro Mestre, colega e amigo Geraldo,
ResponderExcluirEmbora eu não seja dos mais frequentes comentadores de suas crônicas, leio-as todas. Hoje, achei que precisava lhe escrever, não só para dizer que gosto muito do jeito aconchegante e simples com que você descreve e comenta os "causos" do cotidiano, mas também para lhe desejar, e à toda sua crescente familia, muita PAZ, saúde e felicidades nesse Natal, e no ano que se aproxima.
Um abraço, com a admiração de sempre,
Rubem Guedes
Meu caro Acadêmico Geraldo,
ResponderExcluirNo final da semana que findou, estive "fiando conversa" - como diz você - com uma senhora, a mim apresentada na casa de uma amiga. É professora de português, e leitora de fome insaciável. Comentando sobre meu livro anterior, ela fez referência ao seu nome, identificado por ela como meu apresentador. Não o conhece pessoalmente, mas seus escritos nos jornais sempre foram acompanhados por ela. Às referências positivas sobre seu estilo, juntou comentários sobre a nostalgia percebida em muitas de suas crônicas, para deleite dela. Junto-me à professora, e adiciono a valorização da família e a marca do humanista, presentes em seu texto, sem excetuar-se a presente crônica. Gosto muito disso. Retribuo as bênçãos de Deus; que elas estejam presentes na sua família, no Natal e sempre. Fraterno abraço, Silvio Costa, o da UFPE.
Querido Gera; O tempo sempre me impressiona com o seu passar tão veloz. Parece que foi há pouco tempo que iniciamos um percurso juntos èramos muito jovens, e aos poucos fomos construindo um convívio de muitos. Os percalços existiram, é claro, mas o amor que plantamos frutificou e o que estamos colhendo é paz e tranquilidade. Tudo valeu muito a pena. Zaina
ExcluirCaro Geraldo Pereira:
ResponderExcluirEssa época, do Natal, nos deixa a todos emotivos, desejosos de começarmos mais um ano com amor e bênçãos dos céus. Rememoramos os tempos idos, com aquela fagulha de saudade no peito, mas, com o sonho alimentado pela esperança, de vivermos sempre, dias melhores. E que eles venham.
Aproveito os dias antecedentes ao Natal e novo ano, que estão a chegar, para desejar-lhe todas as alegrias possíveis e todos os sonhos realizados, junto aos que lhe são caros. Parabéns por suas crônicas, que tanto nos contam da trajetória da sua vida. Abraço.
Lígia Beltrão