Pior com um vendedor de cartão de crédito, desses que estabelece o colóquio trazendo informações que os desavisados acreditam, piamente: "O senhor foi indicado como cliente especial!" Vejam só! Dá até raiva uma coisa dessa! E fez a apologia de seu produto, apontando ganhos e benesses. Interrompi o discurso e mostrei que já operava com o Visa e interesse não tinha em trocar ou acrescentar, inclusive porque nos sequestros de agora, relâmpagos, com ou sem trovoadas, é melhor dispor de apenas um desses apetrechos modernos. O diligente propagandista, no entanto, entendeu: "O senhor foi operado do ouvido?" Que operado do ouvido, criatura, retruquei de logo. E para me livrar do incômodo, adiantei que não me interessava continuar a conversa com quem não compreende o que digo ou o que falo! Desculpou-se e desligou. Nunca mais ligou! Graças a Deus do céu!
Contribuía com certa instituição que tem creches e escolas, mas a telefonista nunca se conformou com a importância de que podia dispor todos os meses e me fazia ouvir uma ladainha a cada trinta dias: "Muito obrigada pelo pagamento! Como vai passando o senhor? E a família? Todos bem e com saúde? Este mês o senhor pode aumentar a sua participação?" Ora pau! Adotei o seguinte, informo-lhe, de pronto, que está dispensada a introdução e que não vou mudar o meu contributo. Até que não agüentei mais e pedi pelo amor de Deus que me deixasse em paz, sem aquele rosário verborrágico. Não liga mais!
Muito pior foi a adolescente, que verbalizou as pornografias todas do vernáculo e que ao final indagou: "Quem fala?" É o bispo, respondi, porque só dizendo isso! E ela, dirigindo-se à outra circunstante: "É o bispo! Vou desligar!" E do jeito que ligou, desligou! Disse logo que era o bispo porque só assim ela parava com tanto palavrão e tanta baboseira suja.(*) - Uma crônica pitoresca em torno de ligações erradas em casa e noutros lugares. Comente aqui no Blog propriamente ou escreva para pereira@elogica.com.br ou para pereira.gj@gmail.com