Essa
coisa de Internet é meio complicada. É um avanço enorme nas comunicações, mas
tem uns senões que irritam a pessoa que está acostumada a se utilizar desses
serviços virtuais. Agora mesmo, criaram um aplicativo chamado Easy Taxi e eu, como bom usuário, já o instalei
no telefone. Beleza, pensei, posso chamar taxi de qualquer lugar do Recife; do
Recife e do mundo. Sucede que fui fazer uma demonstração em Aldeia, para os
meus vizinhos de condomínio e o danado do telefone fixou-se naquele endereço e não
há no mundo quem o faça desistir de me localizar na PE-27. Já tenho até medo de
pedir taxi. Aciono o dispositivo aqui na Tamarineira e ele diz que estou na
Estrada de Aldeia. Valei-me!
A verdade
é que nem sempre a funcionalidade que se apresenta é a desejada. Dia desses,
estava na Rua do Hospício e recorri ao aplicativo. Informei o endereço e
aguardei o motorista. Só que ele ligou e comunicou que estava nas Graças, lugar
que tinha sido indicado em minha chamada. É claro que o programa está sendo
experimentado e vem sendo aperfeiçoado, mas tem me dado dor de cabeça. Não sei
como farei para melhorar esse desempenho virtual? Já me disseram que há outras
formas de convocar o taxi e eu vou procurar esses meios por cá. É verdade que
na noite da última sexta-feira, dia 6 de abril, o telefone de minha mulher fez
o veículo chegar com menos de 1 minuto.
Eu sou
do tempo do carro de aluguel. Uns carros dos anos 50 que estacionavam ali, nas
imediações da praça Maciel Pinheiro e atendiam mediante um telefonema para o
ponto. Não que fosse um “orelhão”, não era, sequer havia ao tempo, mas um
equipamento preto, como tantos, a ser atendido por qualquer um dos motoristas a
postos, disponível para interlocutor de ocasião. Eram carros que com frequência
ficavam à acessíveis nos sepultamentos e era comum se ouvir a notícia do
falecimento o fecho: “Carros à disposição em frente à Casa Batista.”. Eram,
ao tempo mesmo, veículos velhos, aos quais se acrescentou o taxímetro que fez
calcular a corrida de forma tabelada e justa.
Certa
vez cheguei a São Paulo e estava com pouco dinheiro. Ia viajar, depois dessa
estadia mínima, até Juiz de Fora, para visitar uma tia que se ultimava. Quando se
está assim, com pouco dinheiro, as coisas acontecem para se gastar tudo. Pois
é! Fui pegar um taxi, mas evitei os credenciados – uma grande besteira – e
embarquei no chamado “pega na rua” e quando dei por mim, estava lendo a marcação
do custo sem considerar a vírgula, multiplicando por dez o meu pagamento. Foi de
tal forma ruim, que tendo indagado do motorista, ao final, o custo real, ouvi
dele palavras de verdadeiro aconchego: “O senhor é do Nordeste e eu tenho a
maior consideração, não vou aplicar a tabela.”. Sujeito safado! E eu paguei dez
vezes acima da realidade.