quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Um Recife Iluminado e Belo

A década de quarenta estava findando e os anos 50 começando, eu era menino, bem menino, andava de calças curtas e ainda vestia roupa de marinheiro. O meu pai nunca descuidava do passeio aos domingos à tarde, de casa até a rua da Aurora. Ali, à beira do rio, parávamos em pequeno cais, que servia aos remadores e aos pescadores, e eu soltava o meu barquinho de papel feito com arte e destreza. A minúscula embarcação ganhava as águas e no meu imaginário talvez fosse aportar distante, bem distante, em terras da África ou se largasse de sua fictícia rota e margeando o litoral do Brasil chegasse à Bahia, que é de todos os santos, ou ao Rio de todas as belezas e de minhas fantasias pueris. Daqueles dias nunca esqueci! São gestos paternos de um amor tão grande que a memória, vez ou outra, resgata.

Depois, num Natal qualquer, o meu pai trouxe uma lancha de metal, de flandre certamente, que funcionava à base do álcool. Não lembro bem se o combustível era adicionado em algodão embebido ou se diretamente no barco. O que sei e recordo com saudade são as voltas que a pequenina embarcação, de 13 ou de 15 cm, dava na banheira de casa, cheia d’água. Um dia, eu quis trazer a lanchinha para a largueza do rio Capibaribe, mas o meu pai ponderou que iria perder o brinquedo, que a hélice, tão potente à minha vista de criança, levaria o barquinho pequenino embora, até os limites do imenso caudal. Aceitei, porque pai é pai e sabe das coisas, mas não me conformava com a restrição da banheira. Um dia choveu e choveu muito, o terreiro de casa encheu e eu pude ver a lancha dos meus sonhos rodopiar no efêmero das águas pluviais.

Fui lembrando dessas oportunidades de minha ligação com as águas que foram das capivaras, enquanto passeava no catamarã, vendo o Recife numa posição diferente, olhando para as ruas e as pontes de dentro do rio, em plena semana do Natal. Um roteiro, francamente, muito bem estabelecido pelos organizadores, no qual o circuito dos poetas faz o expectador, turista ou munícipe, acompanhar a produção pernambucana em verso ao longo dos anos e dos tempos. O velho Ascenso, a quem conheci no alpendre de casa, sentado no Cais da Alfândega sobre uma pilha de livros, parece soltar o vozeirão e recitar o que tanto ouvi na minha infância, na radiola de casa: “Lá vem o vaqueiro pelos atalhos, tangendo as rezes para os currais. Blem...blem...blem...cantam os chocalhos dos tristes bodes patriarcais. E os guizos finos das ovelhinhas ternas dlim...dlim...dlim.... E o sino da igreja velha bão...bão...bão...”

E assim o barco movido a potente motor vai mostrando o Recife, as pontes e as ruas, a iluminação sobretudo, linda como está em 2007. A rua da Aurora, a mesma que eu freqüentei aos 5 ou 6 anos de idade, muito bonita, quando vista assim, do rio, principalmente no trecho do antigo prédio da Prefeitura e do velho buque da Polícia Civil, como chamava Paulo Malta. Um contraste de cores dá uma vida diferente ao casario que se reflete nas águas. E a lua cheia presidia o espetáculo, alumiando o rio que corre e a cidade que fica, os poetas que cantaram e ainda cantam as belezas da correnteza e das ruas, dos becos especialmente, mas das pontes também: Joaquim Cardoso e Capiba, Manoel Bandeira e João Cabral. Sem esquecer o grande caranguejo que se mostra diante do Ginásio, homenageando Josué e Chico Science.

A presença da família inteira naquele barco marcava um reencontro auspicioso: toda a constelação parental, novamente, junta. Mesmo que por poucos dias, para as festas de fim de ano. Uma veio das distâncias agora mais do que gélidas de Espanha e a outra do calor tropical, esturricante quase, de Fortaleza. Juntaram-se aqui à terceira, neste recanto tupiniquim. Juntaram-se e não mataram a saudade ainda dos tempos de menina, dos dias em Santo Amaro das Salinas e das férias em Pau Amarelo, de tantas inspirações e de tantos amores. O resultado é que se encontram no café da manhã e vão fiando conversa até que o almoço seja servido, não fazem a sesta e jantam no mesmo diapasão: fiando conversa. E assim ganham a noite. Nunca vi tanta coisa para conversar e lembrar. A de Espanha foi para a cozinha e preparou a ceia de Natal, a daqui, a do Recife de Nassau, lavou toda a louça da noite e a segunda tomou conta do trabalho das outras.Viva!

Eis ai um Recife iluminado e belo.

(*) - Crônica escrita depois de um passeio de catamarã pelas águas do rio Capibaribe - o rio das capivaras -, com a família inteira.
Boas Festas e Feliz Ano Novo.
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sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Natal - 2007

Eis que o Natal chegou outra vez. A grande roda do tempo, que todos os anos parte de um ponto estabelecido pelo homem, voltou e vai reiniciar-se. Na manjedoura simples um menino nasce e renasce a cada ciclo dos doze meses contados nos dedos, de janeiro a dezembro. É um simbolismo do qual depende a criatura. As datas são necessárias e o tempo que volta traz dias de aproximação. Gente que se cumprimenta nos encontros fortuitos, nos elevadores dos prédios e nos corredores da vida: “Feliz Natal!”. Exprimem um desejo que emerge nos corações escolhidos, porque muitos são os chamados, mas poucos se habilitam a esse exercício, antes de tudo humano, da convivência. Ou muitos não podem e não têm como participar da grande noite das festas. Estão excluídos dos convívios, marginais da harmoniosa coexistência.

Em casa já está pronta a sala de jantar. É sempre em torno de uma mesa que as festividades acontecem, repetindo o Cristo, que tantas vezes ceou com os seus apóstolos. Os cálices de vinho chegados da Espanha foram expostos e o negro das taças parece contrastar com o branco do móvel ou com o vermelho da toalha. Um vermelho estampado com motivos natalinos mesmo, com sinos dourados e com folhas verdes unidas por fitas encarnadas. Um bacalhau e um peru hão de fazer as vezes na refeição da meia-noite, sem falar no presunto ibérico, que veio das distâncias agora gélidas da antiga Castela ou nos acepipes doces com a mesma origem. Antecipando o Natal, um coral infantil cantou em frente ao prédio, numa pequena pracinha, um refúgio como se diz, entoando cantatas próprias para os dias. E a sintonia fina da emissora de rádio faz um teste para um instante diferente de todos os outros.

Nos quartos as colchas novas, com alegres motivos, representam o júbilo da família com a chegada das duas filhas que moram distantes. Está reunida, outra vez, a constelação parental e a satisfação preenche os claros d’alma. É o prazer de encontros e de reencontros que durante os dias comuns não se materializam. O corre-corre de um cotidiano buliçoso impede isso, o ver e o rever das filhas. Há um passeio programado pelas águas do rio das capivaras – o Capibaribe –, para entender a expressão de Mauro Mota em Domingo no Recife: “(...) o rio ninando o Recife (...)”. Ou para compreender João Cabral em Cão sem Plumas: “(...) Na paisagem do rio/difícil é saber/onde começa o rio;/onde a lama/começa no rio;/onde a terra/começa da lama;/onde o homem,/onde a pele/começa da lama;/onde começa o homem/naquele homem(...)”. E há de ter mais um momento de regozijo, o de voltar às ruas da cidade, como sucedia quando eram pequeninas, para apreciar, então, a iluminação do velho burgo.

Momento, todavia, que não acontecerá em inúmeros lares do Brasil. Há quem nunca tenha podido se servir de um peru, como aquela senhora muito jovem, de 19 anos, moradora de um barraco sob o viaduto da rua Imperial. Mulher de marido desempregado, sem eira nem beira. A sua carta pendia na agência dos Correios do Rosarinho, rogando ao Papai Noel que lhe contemplasse com um exemplar da ave natalina e mais, uma roupa que cobrisse o seu filho. Queixava-se da fome de todos os dias e dizia que se aproximava um tempo diferente, o do nascimento do Deus-Menino, razão suficiente para não deixar de se alimentar como desejava. Teve a sua carta atendida, como sucedeu com outras, inclusive com aquela em que para 8 crianças de casa pedia-se uma bicicleta e um panetone. A questão só foi resolvida em parte e numa parte muito pequena de um todo de sofrimento e de privação.

Deus permita que as crianças de hoje possam crescer em paz, possam desfrutar de um futuro mais ameno e menos violento, preenchido com o básico das exigências humanas. A educação que enobrece, a saúde que dá a higidez do corpo e a serenidade da alma, a segurança que permite o ir e vir e a moradia, de cujo conforto – mínimo que seja – possa resultar a construção da cidadania salutar e do convívio pacato.
Feliz Natal - 2007
(*) Um texto escrito numa manhã feliz de sábado - um sábado de Natal -, para assinalar a alegria de estar com todas as filhas e com todos de casa nessa comemoração das festas.
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A Preguiça e o Tamanduá

Que amanhecer lindo esse de hoje, aqui por Aldeia, nos domínios do Bosque das Águas. Impossível não abrir o computador no alpendre e aproveitar a inspiração, para não ver fenecer essa manifestação da natureza em flor. Antes mesmo que o tempo mudasse, que a chuva chegasse ou que os céus se transformassem e assim nublassem, o bonequinho que veio de Santa Felicidade, em Curitiba, deu o necessário sinal e saiu de sua casinha, para anunciar que as nuvens estavam se desfazendo em água e o solo árido dos dias que se foram ia merecer o húmus de que se ressente. É a chuva do caju, diria minha mãe, se aqui estivesse. São as precipitações que a cada final de ano ou começo de um novo período emergem em meio ao calorão dos dias, para molhar o chão e deixar uma nesga, que seja, de esperança. Faltaram os trovões, que anunciam o esfriar das horas! E os relâmpagos?

Esse momento tão aconchegante e gostoso é um estímulo à aproximação dos amores, aos bichos e à gente toda que Deus fez e conduz. Já a sabiá-gongá está cantando diferente, ensaiando um trinar das paixões, embora os filhotes ainda estejam reclamando a comida minuto a minuto. Não param, praticamente, num chilrear constante, como se os estômagos nunca estivessem saciados. À distância estou ouvindo o cantar melodioso do rouxinol, marcado pela repetição dos compassos e aqui, bem perto de mim, numa banda de mamão que expus, um frei vicente faz a festa e um outro pássaro, verde-lindo de cognome, não consegue se aproximar com medo do joão moleque e de sua fêmea, a maria mulata. A chuva trouxe tudo isso, quase uma expressão da veneração benfazeja à grandeza da divindade, que a tudo fez e a tudo faz.

O sol já despontou no horizonte e se encontrou com a chuva. Não! Não é o casamento da raposa. Tampouco o bonequinho do Paraná recolheu-se em sua casa. Chegaram – isso sim – os sagüis, muito assustados, como cabe ser aos primatas, espreitam na mangueira o mamão dos pássaros Talvez, na casa de meu primo, Vadeco por apelido, a preguiça de seu entorno tenha aparecido e visto Nena, que dela tem medo, mas não nega a água que mate a secura do desdentado arborícola. Por cá, o pessoal teme o gambá, que é o mesmo timbu que o Zezinho mata às custas de muita aguardente no juízo. O bichinho vem beber na terrina de barro e se embriaga, tomba feito o bêbado da esquina. Alfredo, o da Ceasa, noite alta e céu risonho deslumbrou-se com a figura de um tamanduá fuçando o seu terreno. Parou o carro e ficou imóvel, perplexo, observando o ato e o fato. O feito, também!

É assim por aqui, nos arredores do Recife. Daqui, no quilometro 16, até Chã de Cruz, a mata atlântica faz companhia ao carro. E o meu genro espanhol – Gonzalo Herraz – não escondeu a sua admiração, quando viu as grandes árvores margeando a estrada, a mata fechada, a floresta de vegetação alta e densa, verbalizando, então: “Nunca vi isso!” E é verdade, essas coisas só existem no Brasil, exuberantes como são, mesmo sob as ameaças todas e as mãos de marginais que agridem a flora e matam a fauna, destruindo tanta beleza que a natureza legou à gente desta terra sempre farta. E eu que venho tentando, todos os anos, cultivar o milho e o feijão de meus agrados, francamente, não tenho coragem de derrubar as fruteiras de que disponho, para me livrar das sombras e permitir crescer a lavoura. Fico lá com o coentro e a cebolinha de Nena, recebo as sementes do pimentão e agradeço a lembrança do tomate, mas aqui por casa não derrubo as árvores.

Na sexta-feira, almoçando em casa de um certo parente, vi uma patativa golada cantando a toada que os machos entoam lembrando a fêmea que não tem, roendo de saudades dessa companheira de que foi privado. A gaiola me lembrou de meu pintassilgo de infância, que cantava de dia e de noite, fizesse sol ou chuva, nos momentos de tristeza ou nas horas de alegria. E o amigo de meu pai, encantado que ficou com o pássaro, levou o gaiolim na mão e eu fiquei olhando, o quanto pude, o desaparecer distante da ave que me tinha chegado de Caruaru, pelas mãos de Marina, uma babá dos meus anos de calças curtas.

Que dia gostoso! Uma manhã ventilada, um céu nublado e a companhia dos bichos e das árvores. E na casinha de Santa Felicidade, o bonequinho recolheu-se: voltou o calor.

(*) Crônica escrita no começo do mês de dezembro de 2007, em Aldeia, numa manhã nublada de domingo, antes que o sol chegasse e o tempo esquentasse. A inspiração dos pássaros e a paz do lugar me fizeram parir do imaginário essas palavras e essas frases. Uma antecipação, talvez, do Natal que se aproxima, nessa felicidade que experimentei e experimento. Harmonia e concórdia, desejo a todos.
(**) Acrescentei ao Blog um contador de visitantes - no final das crônicas à esquerda -, mas não estou muito certo de que o programa está registrando corretamente. Mais de 20 visitas ao dia? Esmola grande o cego desconfia! Por isso, para confirmar esse movimento, gostaria de uma mensagem de cada um para pereira@elogica.com.br Coisa mínima que seja, como Ok ou Visitei. Grato sempre.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Carreta Truncada

Bebia tudo o que lhe vinha às mãos, bastava que fosse álcool e lhe curasse dos tremores matinais. Recebia o salário e na primeira bodega entregava-se à aguardente que inebria e embriaga. Zezinho ou Zé de Tonha, como o trato aqui, preservando-lhe o apelido, terminava deitado no chão imundo, seboso com as pisadas e molhado das águas insalubres do esgotamento da pia, ressonando e quase nunca sonhando. Roubavam-lhe as roupas, deixando-o na intimidade da cueca surrada e manchada do piso sem jeito; sem jeito e sem limpeza. Quando acordava se arrumava ninguém sabe como e partia pra casa, ia ver a filharada e a mulher magrela, desnutrida e desdentada. Zé de Tonha a rejeitava quando sóbrio, mas caia de amores se ébrio e trôpego. E foi dele que Edvaldo, motorista do carro oficial, me contou o que reproduzo aqui, fiel à história e sem carregar nas tintas.

Belo dia o nosso personagem decide-se pela abstenção e nisso a assistente social teve papel fundamental. Recebeu os parcos trocados no banco em frente e foi com a profissional abastecer a casa. Comprou de um tudo, verduras e frutas, feijão e arroz, carne fatiada em bifes e outras formas de apresentar o produto bovino. Ainda deu para encher-se de camisas e de calças, tudo novo em folha, arrumado direitinho na geladeira ou no guarda-roupa de casa. Assim, dera um bom destino ao 13° salário. Reapareceu para trabalhar, contando a grande novidade. Estava apartado da magrela, desnutrida e desdentada, morrendo de amores por Zuleide, verbalizando para a moçada: “Só vocês vendo! Uma carreta truncada!”. Que vissem a novata, sentenciou para todos, amigos de fiar conversa nos intervalos do batente. Ligou pelo "orelhão" chamando a neófita de seus afagos e de seus afetos e a turma aguardou.

Durou uma hora, pouco mais ou pouco menos, pra chegar a mulher, mas num momento qualquer o nosso protagonista verbalizou, em alto e bom som: “Lá vem a carreta truncada! Nunca tive uma mulher dessa!”. Zezinho estava entre orgulhoso e ciumento com a sua mais recente conquista. A criatura se achegou, entrando nos diálogos, falando pelos cotovelos e explicando seus dotes de dona de casa, do fogão ao tanque, da arrumação à arte de passar, sem tocar nos predicados demonstrados no leito nupcial, já decantados em prosa e verso nas exposições malucas do Zé abstêmio. Deu o braço e retornou, tomou o caminho de casa. De longe, quem olhasse imaginava um mosquito arrastado pela carreta enorme, truncada, rodando com 12 pneus, se pouco. Desfilava rua a fora, até o ponto de ônibus e depois sumiu no horizonte das paixões inusitadas.

Uma quinzena se passou com o homem de férias, descansando das agruras todas, porém o grupo, em apoio ao colega, resolveu visitá-lo e tomaram o sentido de Casa Amarela. Não havia mais nada no refrigerador, encantaram-se os alimentos adquiridos para um mês e as roupas bem guardadas se foram, também, na onda do bota fora. “Zezinho, o que houve por aqui?” Foi o que indagaram! E ele, quase tomado por uma gagueira de ocasião, a princípio justificou a destinação: a panela doméstica. Com a insistência do pessoal, abriu a boca: “Foi a carreta! Nada tinha em casa dela e levou a comida para fazer almoço! Eu autorizei!” Não se teve dúvidas, era preciso chamar a mulher, convocá-la a uma explicação mais lógica das coisas. E ela chegou logo, muito rápido, vestida com trajes modestos, mas com um decote profundo e com a cintura apertada de quem já foi bonita e bem feita na vida. Não era feia e também não era bonita, nem gorda e nem magra, mulher quartuda, protundente, qual as antigas madonas dos anos 60.

Ouviu a explanação toda, da assistente social e dos amigos, fez uns salamaleques pra lá e pra cá, ajeitou o cabelo como pôde e se viu no espelho, tomando, então, a palavra naquela reunião diferente: “É! Levei! Precisei da comida, nada tinha pra encher o bucho vazio! Mas, não vou deixar este pobre sem o almoço e sem a janta, vou trazer aqui!” Aprovou-se a seguir a exigência de assistir à refeição do penitente em causa e lá se foi outra vez a carreta, retornando com o prato pronto e quente. Mas, Zezinho voltou a beber, a receber o salário e a gastar na barraca da esquina, a carreta tomou seu rumo e dela ninguém sabe, ninguém viu.

Uma história, apenas, pra relevar o cotidiano difícil.

(*) Eis um relato diferente, cheio de conflitos e de tramóias, de um homem solitário que viveu e vive dependente da aguardente. Verídico, mudam os prenomes, apenas, em respeito aos personagens.

Ofereço a história a Barbosa, funcionário do NUSP/UFPE: o meu lugar. Barbosa encantou-se, mudou-se para a outra dimensão da vida e agora vela por todos com os quais conviveu. Ia ler esse Blog de hoje. Gostava de fiar conversa, de ouvir histórias e de cantarolar românticas músicas de seus outroras na serra de Ororubá.