É a
condição de amigo da família que me faz escrever esse texto, escrever e
proceder a leitura, a convite mesmo dos queridos amigos, filhos do homenageado.
Foi de uma conversa muito a propósito, com Mércia e Mozar, que nasceu a
inspiração para tanto. Deles ouvi depoimentos de um afeto enorme aos pais,
qualidade que é própria de todos os que integram essa filiação. A tônica da
gratidão que esteve presente na noite do nosso encontro é, também, predicado do
restante da constelação parental. Isso é notável, não se ouve uma queixa ou um
resmungo para com pai e mãe. São pessoas, então, que cumpriram com as suas
finalidades nessa passagem terrena.
Comemora-se
hoje, aqui e agora, o centenário de um homem simples, de uma criatura que não
conheceu o fausto dos ambientes luxuosos e que não soube o que era o convívio
com a riqueza do ouro e a glória da opulência. Este homem era José Diniz e
Silva, casado com Lilia, pai de 10 filhos contados nos dedos. Um homem de boas
maneiras, educado e bom, que caracterizou a sua vida pela busca constante da
paz e da tranquilidade, para si e para os seus. Foi assim que perseguiu a
felicidade que terminou obtendo e foi assim que a sua prole inteira conseguiu
multiplicar-se, gerando netos e bisnetos, até tetranetos, que hoje vivem
segundo os seus princípios.
José
Diniz e Silva poderia ser apresentado, apenas, como um homem que soube conduzir
os destinos de sua própria família, dando aos filhos a educação suficiente para
que todos crescessem, se formassem e fossem nos dias que correm mais do que o
próprio pai. É esse o objetivo de qualquer um, preparar a prole para que
ultrapasse o patamar paterno e esse deveria ser, também, a intenção dos
governos para com os jovens, futuros cidadãos da pátria. Zé Diniz, como era
conhecido, provou que só a formação intelectual, cultural e cientifica, dos que
chegam para o grande banquete da vida, pode forjar a juventude para melhor
desempenhar as funções sociais. É extraordinário uma criatura simples pensar
assim!
Bastaria
isso – a educação – para que se pudesse ter no Brasil a almejada conciliação,
um estado de espírito no qual a concórdia, o entendimento e a harmonia,
presidissem o cotidiano das coisas. O encaminhamento está dado; Zé Diniz o deu.
Resta aos lideres dos destinos do País decidirem sobre os caminhos a serem
seguidos.
O que
se celebra aqui não é somente um culto pela alma do homem que foi grande, mas
é, sobretudo, um momento de júbilo pelo que ficou de bom desse cidadão
recifense, pernambucano e brasileiro de tantas iniciativas generosas.
(**) - Um texto que escrevi, a pedido da família, para que seja lido na Missa comemorativa dos 100 anos de José Diniz, no próximo dia 8, às 20 horas, nos Manguinhos. Zé Diniz foi um homem que deixou para a família, como herança de seus dias, apenas a educação, antecipando-se no tempo, demonstrando que educar promove o desenvolvimento. Todos os filhos estão formados e vivem numa situação muito boa. Os netos igualmente e já começam a preencher os seus espaços com bisnetos e tetranetos desse avô, que foi pioneiro nessas iniciativas de forjar os filhos para as batalhas do existir. Esqueci, no entando, de fazer alusão a uma das iniciativas de Zé Diniz que ele prezava: foi fundador do Ibis. Como forma de me penitenciar dessa falha, que pode ser considerada grave, fiz inserir aqui um escudo do time.