quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Outras Superstições e Outras Crenças

A crônica passada – Superstições e Crenças – teve boa repercussão, porque suscitou comentários, poucos, mas suficientes para levantarem outras superstições e outras crenças. Uma dessas, de prima que assiste sob a proteção dos contrafortes da Serra da Borborema e que está começando na Internet, com o auxílio de um Ipad. Foi ela quem disse que não dorme, por dinheiro nenhum, em cama com os pés virados para a porta da rua, mesmo reconhecendo que não se faz mais velórios em casa. Disse também que copo d’água no quarto de dormir tem que esvaziar e que os sapatos devem ficar jutinhos, quase abraçados. E mais, espelho quebrado é sinal de morte na família.

Amigo meu do Cariri, paraibano também, escritor, de muito boa pena, fez novas observações. Lembrou das comidas carregadas, as quais estão proibidas para mulher menstruada. Carne de porco e camarão são alimentos perigosos a quem guarda resguardo. O que eu não sabia era do risco de tomar coalhada e antes das 24 horas regulamentares, almoçar uma buchada ou comer uma mão de vaca. Foi ele que disse que Câmara Cascudo, há muito encantado no infinito das coisas, leu o texto e deu uma bonita baforada no charuto que fumava e resmungou: “Este menino de Nilo vai longe!”. Veja só o leitor!

Outro amigo de um canto muito caro pra mim, como foi, e continua sendo, Pau Amarelo, acrescentou que a carne de peru é sabidamente reimosa. Peru, diz o povo, é bom evitar no Natal, porque cisca pra trás. Melhor o porco, que não cisca e tudo que faz é pra frente. E recomenda: para gagueira uma pancada na cabeça do penitente gago com uma colher de pau. Para terçol, soprar é remédio muito usado, mas “língua de sogra”, diz ele, também serve. Só não explica o que deve fazer a sogra com sua língua no olho doente da nora ou do genro. A cura do hábito de beber, é simples, basta fazer um chá com pena da asa de urubu, depois de pisá-la e torrá-la. Funciona também mandar ingerir o pó.

É vivendo e aprendendo!