quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Velhos Tempos

Hoje me surpreendi pensando nos amigos que deixei pra trás. Não sei as razões disso? Talvez porque tenha lido uma crônica de uma irmã que falava de amigas; de amigas e de bonecas. Eu fui vivendo e trocando de amigos, é sempre assim. As amizades vão sendo substituídas à medida que se prossegue com o exercício da existência humana. Muda-se de casa e de trabalho, troca-se a moradia de fim de semana e vai se assistindo a um grande desfile de mortes. Morrem os mais velhos, que são os mestres do dia a dia e depois morrem os contemporâneos. Morrem todos ou quase todos antes de nós. Vez ou outra um atropelo qualquer assusta o penitente de ocasião, mas a vitória quando chega é bem recebida. Já experimentei isso: vi a indesejada das gentes de perto. Mas, há amigos que persistem vida a fora.
Pequeno, muito pequeno mesmo, fui matriculado no Grupo Escolar João Barbalho, para fazer o Curso Primário. Ah como eram diferentes as aulas de então! A professora cuidava, ela mesma, em anotar no velho quadro-negro o Ponto a ser estudado e nós apenas copiávamos. No dia seguinte, já deveríamos ter estudado tudo e trazer na ponta da língua a lição. E os meus colegas? Éramos tantos! Uma sala inteirinha de meninos e meninas. Um ou outro ainda vejo hoje, dois em meu dia a dia de trabalho. Das moças, uma somente, e com a raridade dos acontecimentos bissextos. Não sei da grande maioria! Uma das colegas era filha do cônsul da Inglaterra e deve residir por aquelas friorentas bandas. Uma vez – faz algum tempo isso – vi o nome de outra como bibliotecária. Será? Já deve estar aposentada!
Depois, o Colégio Nóbrega, onde fiz o Curso Secundário e tive quase uma centena de colegas. Perdi muitos de vista. Há gente por toda parte! Dia desses até encontrei com um desses. Não sei mais se o conheço das salas do Colégio ou se o sei de minhas andanças pelas ruas de Santo Amaro, onde morava. E aquele do interior, que vinha todos os dias de ônibus; de ônibus ou de sopa? Amigos do peito alguns e menos próximos outros. Gente que seguiu diversas das vertentes da vida, várias profissões e hoje estão de cabelos brancos, vergando o corpo à força dos anos.
Os colegas da faculdade tenho mais facilidade em encontrar, conto com uma lista de todos ou de quase todos, com endereço e até com alguns e-mails. E aqueles do curso de pós-graduação em São Paulo, no correr dos anos 70? Nunca mais os vi! Sequer nos congressos a que compareci! E os amigos de Tóquio, um ou outro me aparece, muito raramente, na tela do computador.

Pode ser – quem sabe? – que um desses ou uma dessas leia o Blog e se comunique comigo.

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