domingo, 5 de junho de 2011

Recordações da escola

Recebi um e-mail interessante, com slides lembrando os anos que se foram nas escolas da vida. São várias lâminas que recordam tinteiros e cadernos, canetas e livros. Uma beleza! Guardei a correspondência para consultar uma vez ou outra e aproveito o mote para tratar do mesmo tema. Eu estudei no Grupo Escolar “João Barbalho” e depois no Colégio Nóbrega. Para entrar no Grupo Escolar – já disse isso outras vezes – precisei de um pedido de meu pai, que sendo deputado ao tempo, influenciou decisivamente, o que mostra que a escola pública não era tão fácil assim. Fiquei no turno da manhã, mas outros amigos, com igual pistolão, foram para a tarde. A seguir, já no Colégio, minha mãe comeu da banda podre para me sustentar estudando, foi socorrida por uma bolsa de estudos parcial, mas deu conta do recado. Hoje – coitadinha! –, na imobilidade do leito, pode ter a certeza do dever cumprido.

Nos primeiros anos do Curso Primário não usávamos caneta, mas lápis o tempo todo, deixando-se a caneta-tinteiro para quando se debutava no Ginásio, em cujas aulas as anotações eram feitas com o auxilio, no meu caso, de uma bem cuidada Compactor, hoje considerada antiguidade nas feiras especializadas: fiquei velho. Era necessário comparecer às aulas com um tinteiro, com a finalidade de abastecer a peça com a qual se escrevia. O comum era o uso do tinteiro da Parker, de cor azul, real, lavável. Os leitores de minha idade, com mais de 65 anos, com toda certeza hão de lembrar desses detalhes. Somente no Científico ganhei de presente uma Parker 51, uma beleza de desing, dir-se-ia no hoje das coisas. Acho que essa velha preciosidade ainda está no guarda-roupa de minha mãe.

Mas, em termos de detalhes, há por lá, no material que recebi, mandado, aliás, por jovem bonita, alta e loura, um extensor para se usar o lápis até o fim. Fiz uso daquilo vezes e vezes, ficando com os meus cotocos até terminarem o que agora se chama de vida útil. E os cadernos? Alguns que são exatamente iguais aos que usei, seguidamente. Tinham na frente alunos fardados, devidamente uniformizados, em direção à escola e atrás a letra do Hino Nacional, que não se conhece habitualmente. E não esqueceu o autor da série de slides do caderno de caligrafia, no qual o aluno treinava a sua letra. A minha não teve jeito e ainda hoje carece de um caderninho daquele para melhorar. Valha-me!

Os livros também estão presentes e o meu volume de geografia, com suas diversas subdivisões está contemplado. Aroldo de Azevedo era seu autor e se podia aprender ali os meandros da ciência que estuda a terra, os mares e os rios, mas também o homem (Geografia Humana). Aquele aluno hoje na casa dos 60, deixou de inscrever o meu livro preferido: História, de Borges Hermida. Natural entender que havia as particularidades todas da memorialística da humanidade, desde a brasileira, propriamente, à universal. Também não está no documentário o celebre livro Crestomatia, de Radagasio Tabosa, adotado no Colégio Nóbrega porque veicula “excertos escolhidos em prosa e verso”. Beleza! Comprei outra vez agora, no sebo eletrônico, para recordar os bons tempos.

O Décio Dias, autor do documentário a que venho me referindo, não esqueceu da tabuada e lá está o caderno próprio para esse uso. É quando lembro de minhas dificuldades com as contas de multiplicar e dividir. Quanto aperreio teve minha mãe, precisando até da ajuda de um vizinho – Maurício Diniz -, muito paciente comigo, ensinando a fazer conta com dois algarismos no divisor, sob os meus protestos de que para mim bastava um algarismo, nada mais.

Terei prazer em enviar o material a quem desejar e se dirigir a mim por e-mail, ao pereira@elogica.com.br ou ao pereira.gj@gmail.com De igual forma, deixando os dados no espaço do Blog.