segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reflexões

Nas últimas cinco décadas – talvez nas últimas seis – a humanidade vem assistindo e, sobretudo vivenciando extraordinárias transformações, as quais têm contribuído para as mudanças nos estilos e na qualidade de vida do homem. Nunca a ciência e a técnica avançaram tanto como nos cinquenta ou nos sessenta anos que se passaram, colocando a serviço da criatura recursos que fogem até ao poder do imaginário, de cuja força criadora nasceram os relatos da ficção científica, muitos dos quais materializados depois. A informática revolucionou o mundo, inserindo a máquina em todas as atividades, desde aquelas de natureza estritamente doméstica às de cunho laboral, facilitando tudo. Assim, o microcomputador ocupa hoje lugar importante na casa de muitos e no trabalho de todos ou de quase todos, processando a informação nos mais diversos níveis, do gerenciamento de dados à virtualidade da inteligência artificial, que não vem para superar as potencialidades humanas, mas para contribuir no aperfeiçoamento cada vez maior da produção.


No Brasil o acesso à Internet chega a 23,8% dos domicílios,o que representa 14 milhões de residências, sendo que no Nordeste o percentual não ultrapassa 11,6%, enquanto que no Sudeste é de 31,5%. Compreende-se, assim, os motivos pelos quais grande parte desse segmento tem renda mensal de R$ 1.800,00 ou mais, e que os usuários estão concentrados na chamada classe A. Em 2009, cerca de 67,5 milhões de pessoas conviviam com alguma forma de comunicação através da informática, em casa, no emprego ou ainda em lan houses e nas universidades, dados superiores, pois, àqueles de 2006, quando foram registrados 32,2 milhões apenas. Se for considerado, apenas, o ingresso residencial ou do trabalho, o número cai para 36,4 milhões. Mesmo sendo um número ainda pequeno, em País no qual a população já ultrapassou os 190 milhões, segundo estimativas, há de se dizer que os dados aumentam a olhos vistos, numa curva crescente. De mais a mais, adiante-se que o Brasil é o 5º país em acessos à Internet. Nas áreas urbanas, 44% da população está conectada à internet. 97% das empresas e 23,8% dos domicílios brasileiros, como se comentou, estão conectados à internet.

De outra parte, do uso rotineiro dos receptores de rádio passou-se à utilização da televisão colorida, a qual pode cobrir o mundo inteiro em tempo real, acrescentando-se o uso diferenciado por assinatura. Como se experimentou, igualmente, a facilidade da telefonia internacional, do equipamento celular e do fax. O uso atual da telefonia celular surpreenderia Grahm Bell, se encontrasse a sua invenção transformada em máquina fotográfica, capaz de documentar o cotidiano ou se soubesse de seu equipamento com acesso agora à Internet e a outras redes. Tudo isso sem contar com os inúmeros equipamentos portáteis que prestam novos serviços, inovando o dia-a-dia de toda gente. Os palms ou os pockets dispensaram as antigas agendas e se prestam também ao acesso à grande rede ou permitem a redação de textos, além de disponibilizarem outros aplicativos. E há outro equipamento sendo disponibilizado, uma tela portátil, capaz de armazenar centenas de livros e de permitir a leitura em qualquer circunstância. Fala-se que há de substituir o livro.

(*) - Trecho de um livro que estou escrevendo há muito tempo, versando sobre o tempo que se vive, as mudanças e as transformações que assisti ao longo dos últimos cinquenta anos. A dificuldade que tenho em publicar é a rapidez com que tudo se desatualiza.  O volume tem um título provisório de "Reflexõe sobre um tempo novo". O leitor, por favor e obséquio, comente, diga se gostou ou se não gostou, do título e do texto. Comente no espaço do Blog mesmo ou o faça para pereira@elogica.com.br ou ainda para pereira.gj@gmail.com

Um comentário:

  1. Geraldo:

    O texto está excelente. Os dados estatísticos enriquecem a matéria, dando-nos uma noção comprovada das transformações.Muito bom!
    Quando você pergunta sobre o título do livro, sentimo-nos um tanto impotentes e intimidados para demonstrarmos se gostamos, ou não.
    Na verdade, o autor é quem sabe do conteúdo escrito e a escrever. É o dono da escolha.
    Em princípio, levando em consideração que os tempos modernos logo se tornam antigos, me questiono sobre "tempo novo." Só.
    Parabéns!

    Abços Eliana

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