
Desde os meus 15 anos de idade que não sei direito
o que é sono. Já fiz de tudo, inventei meizinhas e tomei remédios, uns fortes e
outros fracos e nada. O que eu tenho é a insônia do despertar precoce, levanto
da cama, chova ou faça sol, com os albores da manhã. Coisa de 5 ou 6 horas saio
do quarto e vou tomar café. Ouço, quando estou em Aldeia, a sabiá cantando e ai
me jogo do leito conjugal e desperto. É tiro e queda! No Recife, há um pássaro
que canta com os primeiros raios de sol, não sei, exatamente, a espécie ou o
detalhe. E olhe que conheço bem as aves nativas. Esse pássaro que canta ao
raiar do dia aqui na Tamarineira, sequer desconfio do nome. Mas, é isso mesmo!
De uns anos pra cá desisti do aparente humor que cerca
o insone e o faz crer que despertar e se postar diante do computador,
escrevendo ou não, há de aproveitar melhor o tempo perdido. Não levanto mais de
forma alguma, prefiro rolar na cama, pra lá e pra cá, até descortinar os
primeiros sinais de que a madrugada vai se esvaindo. Até já comprei um colchão desses
largos que não se abalam com os movimentos do cônjuge insone. E vou levando a
vida assim, uma noite consigo dormir melhor e na outra vejo o dia raiar. Que
inveja dos que dormem. Conheço gente que a mulher chega a dizer: “Esse ai! É
deitar na cama e adormecer! Só levanta no outro dia pela manhã!”. Benza Deus,
digo sempre com os meus botões.
Na verdade – já disse isso por aqui –, sou de família
insone. A minha avó paterna não dormia hora nenhuma. Tomava um remédio da
época, que se dizia ser muito bom, mas nunca conseguiu bons resultados com essa
droga; muito pior que os hipnóticos de hoje. Foi essa avó que tomava injeções enviadas
da Suíça, da clínica de Dra. Aslan. Nunca esqueci isso, porque vinham
acondicionadas em caixinhas de madeira que eram verdadeiros bibelôs. Uma tia,
filha dessa avó, também não dormia. Dava até pena vê-la pelo meio da casa
caçando o sono. A mesma coisa: insônia do despertar precoce.
Na Internet existem Blogs dedicados à insônia e relatos de grandes e notáveis insones. José Wilker um desses, que se especializou em assistir pregações religiosas e canais de vendas nas diversas redes de televisão, tanto é que tinha uma quantidade grande de tralhas compradas dessa forma, em seus períodos noturnos.
Agora mesmo estou lombado, depois de ter visto o sol raiar mais uma vez. Mas, a esperança é a de dormir na próxima noite. É sempre assim! Noite sim e noite não!
Pois é, pai. Quem herda não rouba. E aqui estou eu também sofrendo desse mal do "sem sono". Fazer o quê?
ResponderExcluirQueria ter esse seu dom da escrita para aproveitar esse tempo da insônia e escrever, escrever e escrever.
Um beijo e durma bem.
Meu grande amigo, ficaria penalizada com a sua insonia,mas a com seu relato,sinto vontade de sorrir e chorar.Desculpe.Marta Diniz.
ResponderExcluirMeu caro acadêmico Geraldo,
ResponderExcluirVocê não tem sono, mas, em compensação, tem o que que poucos têm: O direito de ouvir, sem comprar ingresso,o concerto matinal da passarada, sobretudo, na sua Aldeia.
Com você mencionou "meizinhas", aqui vai uma sugestão: Chá da entrecasca (e não da casca) da aroeira. Prepare o chá, bote na geladeira e espere uma noite chuvosa. No ocorrência dela, fique embaixo da biqueira e tome sete goles (vagarosamente). Enquanto toma (o banho e o chá) vá dizendo a "Reza de São Longuinho". Depois disso, meu amigo, quero ver se você não vai dormir mais do que São João! Silvio Costa, o da UFPE.
Caríssimo Geraldo:
ResponderExcluirDizem que "quem dorme muito, produz pouco". Pelo que se vê, suas noites são muito bem aproveitadas e ainda tem o privilégio, de começar o dia, ouvindo o canto dos pássaros. As madrugadas são silenciosas e inspiradoras, próprias para as criaturas das artes e das letras. Sinto muito por sua falta de sono, mas, ao mesmo tempo, bendita falta de sono, que nos dá frutos tão doces para lermos. Experimente colocar uma música erudita, ou mesmo outra boa música, suave, que fale de amor, entregue-se a ela, quem sabe...
Eu estava assim, sem conseguir dormir e passei a fazer isso, deu certo. Não sem antes, escrever bastante e ler outro tanto. Mas, como dizem por aí, enquanto dormimos a vida passa, então, agarremos a vida, mesmo que nos custe o sono.
Desejo-lhe bons sonhos, mesmo que acordado. Um abraço!
Lígia Beltrão
Pois é acordo também todo dia entre 5 e 6 da manhã, independentemente da hora que vou me deitar. Fico morrendo de inveja dos que conseguem dormir ate as 9! Mas não querendo que os outros acordem, tipo roubar seu sono, mas de poder dormir ate depois do sol nascer.
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