terça-feira, 1 de abril de 2014

Zé Diniz - O centenário

                  
É a condição de amigo da família que me faz escrever esse texto, escrever e proceder a leitura, a convite mesmo dos queridos amigos, filhos do homenageado. Foi de uma conversa muito a propósito, com Mércia e Mozar, que nasceu a inspiração para tanto. Deles ouvi depoimentos de um afeto enorme aos pais, qualidade que é própria de todos os que integram essa filiação. A tônica da gratidão que esteve presente na noite do nosso encontro é, também, predicado do restante da constelação parental. Isso é notável, não se ouve uma queixa ou um resmungo para com pai e mãe. São pessoas, então, que cumpriram com as suas finalidades nessa passagem terrena.
Comemora-se hoje, aqui e agora, o centenário de um homem simples, de uma criatura que não conheceu o fausto dos ambientes luxuosos e que não soube o que era o convívio com a riqueza do ouro e a glória da opulência. Este homem era José Diniz e Silva, casado com Lilia, pai de 10 filhos contados nos dedos. Um homem de boas maneiras, educado e bom, que caracterizou a sua vida pela busca constante da paz e da tranquilidade, para si e para os seus. Foi assim que perseguiu a felicidade que terminou obtendo e foi assim que a sua prole inteira conseguiu multiplicar-se, gerando netos e bisnetos, até tetranetos, que hoje vivem segundo os seus princípios.
José Diniz e Silva poderia ser apresentado, apenas, como um homem que soube conduzir os destinos de sua própria família, dando aos filhos a educação suficiente para que todos crescessem, se formassem e fossem nos dias que correm mais do que o próprio pai. É esse o objetivo de qualquer um, preparar a prole para que ultrapasse o patamar paterno e esse deveria ser, também, a intenção dos governos para com os jovens, futuros cidadãos da pátria. Zé Diniz, como era conhecido, provou que só a formação intelectual, cultural e cientifica, dos que chegam para o grande banquete da vida, pode forjar a juventude para melhor desempenhar as funções sociais. É extraordinário uma criatura simples pensar assim!
Bastaria isso – a educação – para que se pudesse ter no Brasil a almejada conciliação, um estado de espírito no qual a concórdia, o entendimento e a harmonia, presidissem o cotidiano das coisas. O encaminhamento está dado; Zé Diniz o deu. Resta aos lideres dos destinos do País decidirem sobre os caminhos a serem seguidos.
O que se celebra aqui não é somente um culto pela alma do homem que foi grande, mas é, sobretudo, um momento de júbilo pelo que ficou de bom desse cidadão recifense, pernambucano e brasileiro de tantas iniciativas generosas.    
 
(**) - Um texto que escrevi, a pedido da família, para que seja lido na Missa comemorativa dos 100 anos de José Diniz, no próximo dia 8, às 20 horas, nos Manguinhos. Zé Diniz foi um homem que deixou para a família, como herança de seus dias, apenas a educação, antecipando-se no tempo, demonstrando que educar promove o desenvolvimento. Todos os filhos estão formados e vivem numa situação muito boa. Os netos igualmente e já começam a preencher os seus espaços com bisnetos e tetranetos desse avô, que foi pioneiro nessas iniciativas de forjar os filhos para as batalhas do existir. Esqueci, no entando, de fazer alusão a uma das iniciativas de Zé Diniz que ele prezava: foi fundador do Ibis. Como forma de me penitenciar dessa falha, que pode ser considerada grave, fiz inserir aqui um escudo do time.     

6 comentários:

  1. Lendo o texto, como sempre excelente, tive a sensação de estar a contemplar uma descrição, mutatis mutandi, da personalidade do nosso Gia. Parabéns!

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  2. Meu caro acadêmico Geraldo,
    José Diniz eu não conheci, mas, diante do seu texto, passei a gostar do homem extraordinário que ele foi. Quem participou da "corrida terrestre" e teve o desempenho que ele teve, só pode ter sido campeão dessa maratona a que Deus nos inscreve "ex officio". Dez filhos educados (lato sensu) e reconhecidos ao pai, garante a ele o degrau mais alto do pódio, não tenho dúvida disso. Silvio Costa, o da UFPE.

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  3. Geraldo, por favor, faça a correção: "comi o "n". [...]maratona na qual[...] Silvio costa

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  4. Agradeço, muito Geraldo suas palavras ao meu pai,as quais me emocionaram muito.Ficando aqui registrado o murmuro( sobre o efeito do certo e bonito )mencionados ao terminar a leitura do texto ,¨sem palavras¨.Teria muito pouco a acrescentar de tudo que foi falado pelo sincero e grande amigo.Marta Diniz.

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  5. Caro Geraldo:
    José Diniz, pelo que escreve, foi realmente um grande homem, com a visão voltada para o futuro e, não há dúvidas, um coração cheio de amor. Sim, porque só os que têm o privilégio de saberem amar, tornam-se grandes, mesmo na simplicidade dos seus dias, e viram eternos, pela multiplicação desse sentimento divino.
    O que entendi, é que, através dos seus descendentes esse amor perpetua-se, deixando o exemplo de que a educação é a mola mestra da vida e o amor, a grandeza da alma. Parabéns a família deste grande homem pelo seu centenário e quisera, todos os pais, conhecessem sua história e seguissem seu exemplo.
    Belo texto, o seu, bela história, dessa privilegiada família.
    Abraço fraterno!
    Lígia Beltrão

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  6. Geraldo Pereira, meu arauto
    Aceite meu abraço e minha eterna gratidão. Obrigado mais uma vez, pela homenagem ao meu pai no dia do seu centenário (08/04/2014).
    A vereda que meu pai abriu para nós conduzir ao ensino primário teve a ajuda do seu pai ( Dr. Nilo Pereira), que nos permitiu ingressar no Grupo Escolar João Barbalho.
    Com relação ao Íbis Sport Club, por oportuno, esclareço que papai foi o primeiro presidente, fundado em 15/11/1938, sendo na época o melhor timevárzea. O Íbis era formado por operários da fábrica de tecidos T.S.A.P. e disputava o campeonato da segunda divisão com a fábrica Tacaruna, Torre, Macaxeira, Tabajara e Pernambuco Tramwies, sendo campeão por vários anos.

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